Doses maiores

15 de junho de 2010

E Mano Brown acabou no Fantástico

Em 13/05, o vocalista e líder do coletivo Racionais MCs apareceu no programa Fantástico. Ao lado de Jorge Ben Jor, Mano Brown cantava a música "Ponta de lança africano (Umbabarauma)". O projeto foi patrocinado pela Nike.

Mano Brown é a maior referência do hip-hop contestador no Brasil. Ou era. Uma das coisas que sempre denunciou em suas músicas era a discriminação com que a grande mídia trata negros e pobres.

Em dezembro de 2009, Brown já havia sido capa da revista Rolling Stone. A publicação é voltada para a indústria da música. Muito distante da realidade da grande maioria dos negros e pobres.

Agora, aparece num dos programas de maior audiência da Rede Globo. A emissora é a principal defensora dos interesses dos brancos e ricos no Brasil.

Mano Brown pode dizer que conquistou a visibilidade que cobrava. Que não mudou seu discurso. Pode ser, mas não há como calçar essa chuteira e vestir essa camisa sem fazer parte do time do inimigo.

É pena. Mas, o hip hop é como qualquer movimento de resistência. Está sujeito às seduções do poder e do dinheiro. Felizmente, muitos de seus lutadores continuarão no lado de cá da trincheira.

Um belo exemplo é o grupo Levante, do coletivo Lutarmada. Ouça Abalando as estruturas globais, que denuncia o poder da Globo.

3 comentários:

  1. Enquanto o Lula Tinha a mente fechada não consegiu governar o Brasil, hoje é nosso presidente porque abriu a mente. Não existe revolução sem dinheiro, boas alianças e dialogos, nada que é radical dura muito.
    Mano Brown está certo, assim como vários outros rappers da old school.
    Em contra partida temos nossos "revolucionários" que não fazem nada para acabar com imunidade parlamentar que cria essa enorme IMPUNIDADE. Não protestam, não vão pras ruas, nunca vimos um rapper parado na porta do pálacio do governo reevindicando os seus direitos. Melhor para de impocrezia e nos unirmos independente de qualquer coisa. Nos unirmos.

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  2. Pra ver os nossos "revolucionáros" protestando, nas ruas, na porta do palácio reivindicando seus direitos, você tem que estar lá. Não fique esperando assistir isso pela tv.

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