O historiador estadunidense Howard Zinn morreu em janeiro de 2010. “A people’s history of the United States” é seu livro mais importante. Em português, o título poderia ser “Uma história do povo dos Estados Unidos”.
Neste livro, Zinn diz que a história que pretende narrar é a da “descoberta da América do ponto de vista dos índios Arawaks; da Constituição a partir da situação dos escravos; (...) da Guerra Civil, vista pelos irlandeses pobres de Nova Iorque; da Primeira Guerra, vista pelos socialistas; da Segunda Guerra, vista pelos pacifistas...”.
A obra desmascara a imagem dos Estados Unidos como uma grande democracia. Mostra como republicanos e democratas são apenas duas alas de um só grande partido. O partido do grande capital dominando uma ditadura perfeita.
De um lado, a lavagem cerebral ideológica de jornais, TV, rádio e cinema. De outro, censura e repressão, menos visíveis porque dificilmente partem do governo central. A maior parte do trabalho sujo é feito por governos estaduais, municipais, juízes, xerifes, organizações da “sociedade civil”, milícias.
O livro denuncia inúmeros episódios de perseguições, prisões, torturas, assassinatos, massacres. Suas vítimas: indígenas, negros, sindicalistas, migrantes, mulheres, homossexuais. Sem falar nos povos espalhados pelo planeta.
É uma vergonha que a esquerda brasileira ainda não tenha traduzido pelo menos esta obra do grande historiador libertário. Enquanto isso não acontece, as pílulas trarão alguns dos episódios que o livro narra.
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