Há 140 anos, a classe trabalhadora dominou Paris durante 72 dias entre março e maio de 1871. Foi durante uma guerra entre França e Prússia. O povo assumiu o controle da capital francesa depois que seus governantes fugiram diante da aproximação das tropas inimigas.
Era a primeira vez que a plebe tomava o poder. Um péssimo exemplo para os povos de todo o mundo. A resposta foi rápida e traiçoeira. As elites da França e da Prússia esqueceram suas divergências. Juntaram seus exércitos para esmagar a Comuna. Morreram mais de 20 mil parisienses.
Para Marx, a Comuna foi primeiro governo operário da história. Mas ele sabia que a maioria de seus líderes não era socialista. Tratava-se de uma revolta iniciada por motivos patrióticos. Contra a traição da elite francesa ao povo parisiense, ameaçado por um inimigo estrangeiro.
Apesar disso, é possível dizer que os “comuneiros” eram socialistas. Sempre que era perguntado sobre o que seria o socialismo, Marx lembrava a experiência da Comuna. Destacava algumas das principais medidas adotadas.
Referia-se ao voto direto e universal, inclusive para mulheres. Parlamentares e juízes eleitos para mandatos revogáveis a qualquer momento. Salários de trabalhadores para todos os funcionários e deputados. Fim do exército permanente. Polícia sob controle da Comuna.
A Comuna era um corpo executivo e legislativo ao mesmo tempo. Uma república democrática em que a classe dominante era classe trabalhadora. Uma verdadeira socialização do poder político. Nada a ver com um Estado forte, centralizado e militarizado, que decide tudo de cima para baixo.
Socialismo, para Marx, era a radicalização da democracia dos trabalhadores contra seus exploradores.
Leia mais em Comuna Republicana ou Comuna Operária?
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