O mundo todo presta atenção, mas nada é mais americano que o Oscar. E a última premiação poderia simbolizar a combinação entre a decadência e a arrogância do império estadunidense.
É verdade que o grande vencedor deste ano foi uma produção inglesa. Mas, “O Discurso do Rei” é uma boa metáfora do declínio do poder anglo-saxão. Estados Unidos e Inglaterra ainda mandam e vão mandar no mundo por muito tempo. O que está cada vez mais difícil é justificar esse poder todo sem gaguejar.
Em “Bravura indômita”, um xerife caolho, envelhecido e bêbado enfrenta sozinho três homens. Parte pra cima deles com uma pistola em cada mão e os arreios do cavalo entre os dentes. Até parece o vacilante poder mundial dos Estados Unidos. Sua economia anda muito mal das pernas. Inspira nojo ao invés de admiração. Provoca mais medo que respeito. Por isso mesmo, não tira o dedo gatilho. Atira no que vê e no que não vê.
“127 horas” conta a história verdadeira de um montanhista que caiu num buraco. Com o braço direito preso sob uma rocha não consegue sair. Por mais de cinco dias sofre à espera de socorro. No fim acaba amputando parte do braço para salvar a vida.
A situação lembra vagamente a invasão americana de Iraque e Afeganistão. Incapazes de sair do atoleiro militar que eles mesmos criaram, os Estados Unidos gastam U$ 2 bilhões semanais na ocupação. A sangria ajuda a gangrenar a já fraca economia ianque. Infelizmente, os grandes responsáveis estão bem longe de sofrer mutilações e mortes.
Oscar de pior produção mais que merecido!
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