Doses maiores

28 de março de 2011

Jirau e o direito de ser pelego

O conflito entre trabalhadores e as empreiteiras nas obras da Usina de Jirau ganharam as manchetes dos jornais. Os direitos mais básicos dos operários estão sendo desrespeitados pela poderosa empreiteira Camargo Corrêa.

Maus tratos, irregularidades no pagamento, péssimas condições de trabalho, higiene e alojamento. O episódio é triste não só pela humilhação sofrida pelos trabalhadores. O comportamento pelego da dos sindicalistas oficiais também é de chorar.

No dia 22 de março, Vagner Freitas, tesoureiro da CUT, esteve no local. Segundo reportagem de Leonencio Nossa para O Estado de S.Paulo, Freitas pediu aos operários que voltassem ao trabalho. O sindicalista teria dito que o "Brasil precisa de energia limpa. A obra da usina precisa voltar a funcionar, porque a sociedade está sendo prejudicada".

Em artigo publicado em 27 de março, no Globo, Elio Gaspari comentou a posição da central rival da CUT. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, teria admitido dificuldades em dar resposta aos trabalhadores. Segundo ele, “nenhuma das duas grandes centrais está habituada a lidar com multidões”.

Segundo Gaspari, as obras de Jirau e Santo Antônio empregam 38 mil trabalhadores. A multidão que realmente vem interessando aos sindicalistas é outra, diz o jornalista. É aquela formada pelos associados que lhes garantem R$ 1 milhão anual em impostos sindicais.

Nem O Estado de São Paulo, nem Gaspari merecem grande confiança. Mas, alguém duvida de que representantes da CUT e da Força Sindical tenham se prestado a um papel feio como este? Não se trata apenas desse episódio específico. O lulismo tem feito muito sindicalista abusar do direito de ser pelego.

Leia também Jirau é senzala. Lula, capitão-do-mato

Um comentário:

  1. É lastimável o que fazem!!!! Sempre em benefício de sí próprio, garantem a sua e os outros que se danem!!. Mas burocratizar os sindicatos já foi nessa a intenção...de assumir o controle, sobre mais um setor do povo. Getúlio foi esperto...quem o ajudou a pensar nisso, num momento no qual o povo brasileiro começava a se organizar como classe operária??? E qual era o verdadeiro interesse dele e, ou de quem o ajudou ou pensou nisso????
    Sandra Ryra
    LUTARMADA

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