Doses maiores

9 de dezembro de 2011

O mundo nivelado por baixo

Desigualdade social extrema costumava ser uma especialidade do chamado “terceiro mundo”. Os maiores poluidores eram os países “desenvolvidos” do norte. Salários altos eram aqueles pagos na Europa e Estados Unidos. Violência contra pobres? Coisa de país atrasado do sul. De uns 20 anos pra cá, tudo isso começou a mudar. Pra pior.

Vejamos algumas notícias recentes. Manchete de O Estado de S. Paulo afirmava em 06/12: “Países ricos têm maior desigualdade em 30 anos”. A reportagem de Jamil Chade diz que no período, o fenômeno “atingiu até mesmo a Alemanha, Finlândia e Suécia, com alta de 4%”.

“Sem teto: De Marselha a Hamburgo, a caça aos pobres generaliza-se”. Este é o título de artigo de Christian Jakob publicado no site esquerda.net, em 07/11. Segundo o texto:
Várias cidades francesas adotaram medidas contra os mendigos nos últimos meses. Na Alemanha, a instalação de uma grade para impedir os sem-abrigo de pernoitarem debaixo de uma ponte de Hamburgo suscitou protestos. Por toda a parte, os sem-teto são empurrados para fora dos centros das cidades por cercas, multas ou milícias privadas.
Em 08/12, a Agência Reuters informava: “Os três maiores poluidores do mundo se opõem a acordo climático”. Entre estes, estão dois “novos ricos”: Índia e China. Ao lado dos Estados Unidos, emporcalham o planeta. E tal como os americanos, não estão nem aí para os problemas ambientais.

“Salários no Brasil estão mais altos do que em países ricos”, diz matéria do jornal Destak, de 05/12. Seria até uma boa notícia, se não dissesse respeito apenas a executivos e altos gerentes. Minoria que chega a ganhar 79% a mais do que nos Estados Unidos.

Tudo isso é produto do desenvolvimento capitalista tomando o planeta como câncer em metástase. Felizmente, tanta desgraça também leva a reações populares radicais. Anticorpos como o povo na Praça Tahrir, o Ocupe Wall Street, Indignados europeus, estudantes chilenos e a recente greve geral na Inglaterra.

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