Doses maiores

13 de setembro de 2017

A participação de robôs na greve geral

“Algoritmos são opiniões transformadas em código”. Esta frase da matemática estadunidense Cathy O´Neil serve de título para nota publicada na página do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, em 24/08. Segundo ela:  

Dizem que eles estão ajudando a tornar o mundo mais justo por se basearem em modelos matemáticos. Mas vivemos numa sociedade historicamente racista, sexista etc.

Não deveria ser novidade. Afinal, dizem que algoritmos são séries de instruções passo-a-passo que descrevem explicitamente várias operações. Instruções são dadas por pessoas. Pessoas que, como lembra Cathy, vivem “numa sociedade historicamente racista, sexista” e vários outros “etcs” nada animadores.  

Dito isto, vamos a algumas notícias recentes envolvendo algoritmos, inteligência artificial e robótica.

Em 03/09, matéria de Eduardo Vanini anuncia: “Inteligência artificial ganha espaço em processos seletivos”. O texto afirma que robôs já são usados para entrevistas e mapeamento de habilidades.

Segundo coluna de Ronaldo Lemos publicada na Folha, em 11/09, um estudo publicado na Universidade de Stanford teria comprovado que a inteligência artificial é capaz de determinar se uma pessoa é gay com a análise de apenas uma foto na internet.

Pedro Dória divulgou no Globo, em 08/09, um levantamento da Fundação Getúlio Vargas demonstrando enorme presença de robôs nos grandes debates políticos em comunicações pelo Twitter. Levantamento semelhante no Facebook não foi possível porque o portal “não permite acesso aos seus dados neste nível”.

De qualquer maneira, o estudo descobriu que nas eleições de 2014, robôs representaram até 10% do debate. Mas, pasmem, na greve geral de abril último, 20% das interações no Twitter foram forjadas por algoritmos.

E quem controla os algoritmos? Cathy já respondeu.

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