É dele a ótima palestra “Estado,
Direito e Análise materialista do racismo”, apresentada em evento promovido
pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos, em 30/06/2016.
Alguns trechos abaixo:
Todo o racismo é uma relação social.
O racismo é uma ideologia que
naturaliza a posição dos negros na sociedade.
Racismo se combate de duas maneiras.
Com educação, algumas vezes, e com porrada, na maioria delas. A pessoa pode
esquecer uma aula ou um livro. Mas quando toma um chacoalhão, ela vai lembrar.
A única maneira de incorporar as
diferenças de classe ou de raça é forjar um discurso universalista. Por exemplo,
eu tenho universidade pública e tenho uma população negra que é a segunda em
tamanho no mundo. Mas a maioria dos alunos daquela universidade é branca. A
única maneira de explicar isso é colocar na conta do indivíduo. É a
meritocracia.
O racismo não é o irracional. Não é
o anormal. O racismo é o normal. O racismo é uma forma de racionalidade. Uma
forma de normalização das relações sociais do nosso tempo. Por outro lado, e
esta é a parte mais importante, o sistema penal complementa a institucionalização
do sistema meritocrático. Porque ele estabelece o controle carcerário da
pobreza, estigmatizando jovens negros, de modo que sua inserção no trabalho
altamente precarizado e até mesmo sua eliminação física serão vistos com
normalidade por parte significativa da sociedade.
Resumindo, se a meritocracia não
funciona, você mata. Simples, assim...
Há muitos outros momentos
importantes na exposição. Assista a íntegra aqui. Vale a
pena!
Leia também:
Carta
ao século 19: meritocracia hereditária e guilhotina
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