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5 de outubro de 2017

A Internacional Comunista na época de Lênin (2)

Voltando a John Riddell, historiador canadense socialista e editor de uma série de livros sobre a Internacional Comunista na época de Lênin. Mais um trecho do interessante artigo “Party democracy in Lenin’s Comintern – and now” (“Democracia partidária na Internacional Comunista de Lênin - e agora”), ainda sem tradução:

A Internacional Comunista e seus partidos procuraram funcionar de acordo com as normas do “centralismo democrático”. Este conceito foi entendido como democracia proletária na tomada de decisões e na escolha dos líderes, combinada com a unidade na realização de um curso de ação aprovado pela maioria. Os marxistas usam o mesmo conceito hoje. Mas no início da Internacional Comunista, o foco era diferente: sua principal preocupação era lidar com o burocratismo e o eleitoralismo.

As principais unidades integrantes dos partidos da Internacional Comunista fora da Rússia vieram do antigo movimento social-democrata. Esses partidos se livraram de suas alas reformistas, mas ainda preservaram muitas de suas estruturas e hábitos. Os partidos de onde vieram dedicaram sua energia principalmente às campanhas eleitorais e ao trabalho educacional associativo. Eram liderados por uma camada burocrática de funcionários enraizados acima de tudo na fração parlamentar, nos órgãos jornalísticos e nas lideranças sindicais. O centralismo democrático da Internacional Comunista procurou superar o burocratismo. Pretendia manter o trabalho parlamentar, jornalístico e sindical sob controle partidário; unificar liderança e base em um movimento homogêneo; e equipar o partido para intervir nas lutas de massa. 

Como se vê, as dificuldades relacionadas ao institucionalismo, inclusive sindical, e à burocratização de nossas organizações, vêm de longe. Só não podemos dizer o mesmo quanto a nossos jornais. Eles praticamente inexistem.

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