Caio
Almendra publicou no Facebook um ótimo texto sobre o “big data”,
termo que se refere a um imenso conjunto de dados, cuja estruturação
feita de forma adequada pode revelar informações detalhadas e
valiosas sobre praticamente qualquer tema. Por exemplo, desde hábitos
de consumo a preferências politicas de determinadas parcelas da
população.
Aí
vai um trecho:
O controle empresarial do big
data, a commoditização, opera como o controle empresarial e
commoditização operam em qualquer área: escolhem determinadas
perguntas a serem feitas e ocultam outras. Como fazer o consumidor
comprar como queremos é uma pergunta comum; como saber onde o
consumo gera mais dano ambiental e como evitar esse dano, é a típica
pergunta esquecida. Posso dar outro exemplo simples: o que o controle
empresarial sobre a produção de medicamentos fez ao longo do século
passado? Focou em doenças difíceis e caras de serem tratadas,
abandonou as doenças que estatisticamente mais matam. Zilhares de
remédios para um tipo específico de câncer, nenhum para a malária,
doença que mais mata (e mata majoritariamente pobres de países
periféricos e etnias oprimidas) no mundo. Agora que descobrimos o
uso na medicina social do big data, o que o controle empresarial
promete para nós? Uso do big data para salvar milhões de pessoas da
malária, ou uso do big data para convencer as pessoas a comprarem
mais e mais remédios inúteis ou questionáveis?
A
resposta parece óbvia, mas recomenda-se a leitura da íntegra do texto,
não só para conferir, como para aprender. Porque neste campo, como
se já não bastasse tantos outros, a esquerda nem chega a
engatinhar.
Leia
também: O
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