Para os marxistas, revoluções são uma forma de guerra civil. Não à toa, o relato de Marx sobre a Comuna de Paris tem como título “A Guerra Civil na França”.
É esta problemática que abordam Emilio Albamonte e Matías Maiello no livro “Estratégia socialista e arte militar”. Durante a Primeira Guerra, dizem eles, Lênin deixou muito claro: somente a revolução poderia parar a guerra. Essa conclusão foi baseada em uma fórmula utilizada pelo respeitado teórico prussiano Carl Clausewitz. Para este, a guerra era a continuação por meios violentos da política dos estados imperialistas em tempos de paz. Na formulação leninista, a única maneira eficaz de lidar com esses conflitos era derrotar a política que as originou. E para fazê-lo era fundamental travar uma guerra contra a ordem dominante no interior de cada país.
Essa postura inspirou a política que Lênin chamou de “derrotismo”. Ela consistia em rejeitar a "paz" que os diferentes estados imperialistas queriam impor. A classe trabalhadora não deveria abandonar suas lutas para atender as prioridades militares de seus opressores e exploradores. Nesse sentido, a derrota do próprio país seria um “mal menor” diante da necessidade de desenvolver a luta de classes no sentido de transformá-la em uma guerra revolucionária.
E nos tempos de paz? Para Lênin, na ausência de confrontações bélicas, os conflitos da luta de classes seriam “escolas de guerra”. Ou seja, os confrontos contra o capital devem servir como preparação e ensaio para aqueles momentos de guerra de classes que dificilmente deixam de acontecer.
É o que veremos na próxima aula. Quer dizer, pílula.
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