Doses maiores

22 de março de 2022

Também na luta de classes, a melhor defesa é o ataque

“A forma defensiva da guerra não é (...) um simples escudo, mas um escudo formado essencialmente por golpes desferidos com habilidade”, disse Carl Clausewitz em sua obra “Da Guerra”.

Emilio Albamonte e Matías Maiello citam o respeitado teórico militar em seu livro “Estratégia socialista e arte militar” para explicar como, durante a Revolução Russa, os bolcheviques souberam usar sua posição defensiva para golpear os setores vacilantes e conciliadores da esquerda russa.

Por exemplo, ao levantar a exigência junto àquelas lideranças no sentido de que rompessem com os ministros capitalistas e as potências imperialistas e tomassem o poder. Segundo essa tática, os revolucionários não participariam de tal governo, mas lutariam pelo poder conquistando a maioria nos sovietes. Ao mesmo tempo, sem dar apoio ao governo burguês que sucedeu ao monarquismo, lideraram a resistência a uma tentativa de golpe da extrema direita. Com isso, aproveitaram para armar o proletariado.

Nem Lênin nem Trotsky acreditavam que uma etapa democrática intermediária fosse possível sob o governo dos conciliadores. Mas, se algo assim fosse tentado, a classe trabalhadora estaria em melhores condições para lutar pelo poder operário. E se nada disso acontecesse, ainda assim, serviria para arrancar os trabalhadores da influência das direções conciliatórias. A ação dos bolcheviques durante a revolução de 1917 foi uma verdadeira escola de como lutar defensivamente, estando em minoria, para alcançar objetivos que minavam a força inimiga.

Essa importante lição, proveniente dos campos de batalha, mostra que estar na defensiva não pode ser pretexto para recuos ou rendição. Mesmo que se trate de uma mera disputa eleitoral. Menos ainda, lutando por votos com a extrema-direita.

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