Diante
disso, os indígenas lançaram uma carta-testamento. Nela, pedem às autoridades “para
não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas decretar nossa morte coletiva e
enterrar nós todos aqui”.
Os
Guarani-Kaiowa não estão sozinhos. Na Europa em crise ou na China em expansão, aumentam
os casos de suicídio. A morte voluntária atrai os que estão no centro do capitalismo
e os que são por ele marginalizados.
Em
1846, Marx escreveu o livro "Sobre o suicídio", em que afirma:
A sociedade moderna é um deserto habitado por
bestas selvagens. Cada indivíduo está isolado dos demais, é um entre milhões,
numa espécie de solidão em massa. As pessoas agem entre si como estranhas, numa
relação de hostilidade mútua: nessa sociedade de luta e competição impiedosas,
de guerra de todos contra todos, somente resta ao indivíduo ser vítima ou
carrasco. Eis, portanto, o contexto social que explica o desespero e o suicídio.
Em
ensaio sobre a música de Mahler, o filósofo Jorge de Almeida menciona a Viena
do final do século 19. Considerada “o berço do mundo moderno”, a cidade reuniria
inúmeros artistas, cientistas e escritores que “teriam rompido com a tradição e
revolucionado a cultura europeia”. Metade dessas cabeças brilhantes cometeu suicídio
entre 1895 e 1914. Pareciam negar a possibilidade de convivência entre sua sensibilidade
e a sociedade que nascia.
Ainda
em seu berço, o capitalismo olhava para a morte.
Leia
o ensaio de Almeida, clicando aqui
Parabéns, Sérgio, como sempre um ótimo texto. Aproveito o ensejo para, respeitosamente, sugerir o meu blog, se quiser dar uma olhada eu agradeceria muito:
ResponderExcluirluisfernandofrancoferreira.blogspot.com.br
Saudações socialistas do Luis Fernando Franco.