O
que Martins chamou de “eleitores desalentados” chegaram a quase 2 milhões e
meio nas eleições paulistanas, por exemplo. Enquanto isso Serra teve pouco mais
de 1.8 milhão de votos e Haddad, 1.7 milhão.
No
Rio, esses eleitores chegaram a 1.4 milhão, bem acima de Marcelo Freixo, do
PSOL. O segundo mais votado em Belo Horizonte foi Patrus Ananias, do PT. Perdeu
para os desalentados cerca de 40 mil votos.
O
mesmo aconteceu em Recife, Salvador e Fortaleza. Nestas duas últimas capitais, o
primeiro colocado perdeu para os votos inválidos ou inexistentes. Em Porto
Alegre, Manuela d'Avila (PcdoB) perdeu para Fortunatti (PDT), mas teve os votos
equivalentes à metade dos eleitores desalentados.
Segundo
Martins, o fenômeno sugere "uma crise da representação política e mesmo o
declínio dos partidos". Para ele faltaria “um sistema partidário que dê
efetivamente conta do que a representação política deveria ser".
O
fenômeno realmente é grave. Mas baixo índice de participação eleitoral não é
necessariamente um mal. A não ser que signifique baixa participação política. E
tudo indica que é isso o que está acontecendo.
A
população já não consegue enxergar diferenças ideológicas entre a maioria dos
partidos. A política também vem sendo criminalizada. O PT tem grande responsabilidade
nisso tudo. Primeiro, pelas alianças que faz. Segundo, pela adesão a métodos criminosos.
Nada
a comemorar. Desânimo eleitoral despolitizado é tudo o que direita quer. É preciso
politizar as lutas e combater as ilusões eleitorais.
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