A lei da Ficha Limpa provocou uma enxurrada de pedidos pela impugnação de candidatos com problemas na Justiça Eleitoral. Segundo reportagem do Estadão de hoje, já são 1.614 contestações desse tipo. O Globo fala em mais de 2.300 pedidos.
A expectativa é de eleições mais limpas e livres de figuras famosas por sua impunidade. Por outro lado, a frustração pode ser grande. Há vários buracos na lei. A começar pela própria determinação constitucional que proíbe a punição de pessoas cuja culpa não foi provada em decisão judicial definitiva.
É preciso considerar que vários daqueles que estão tendo suas candidaturas questionadas dispõem de grande poder econômico. Podem pagar por serviços advocatícios eficientes o bastante para garantir suas candidaturas sob a proteção de seguidas liminares.
Mas, digamos que esta não seja a regra. Vamos imaginar que a maioria dos “sujos” fique de fora das eleições. Ainda assim, há algo de errado nesse quadro todo.
Por que tantos corruptos procuram a carreira política? A contestação da honestidade de tantos candidatos diz mais respeito a eles mesmos ou ao sistema político que tanto os atrai? Muitos deles tentam a reeleição ou o retorno a postos que já ocuparam. Não querem largar o osso.
Claro que manter esse tipo de gente longe dos parlamentos e governos é importante. Mas, será que o sucesso da lei da Ficha Limpa não significará apenas que chegou a hora de uma nova geração de corruptos. Pronta para ter suas imaculadas fichas devidamente emporcalhadas a peso de ouro? Que tal uma lei da Ficha Limpa para aqueles que corrompem os políticos? Eles costumam ter nomes famosos e CGC inscrito no Ministério da Fazenda.
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