Doses maiores

8 de julho de 2010

Lugar de lixo é nas empresas

Ontem, foi aprovada pelo Congresso a lei que cria uma política nacional de resíduos sólidos. Agora, vai para a sanção presidencial. Trata-se da regulamentação sobre o lixo. Um produto que a indústria capitalista nunca deixa faltar.

A
produção mundial anual de lixo é de aproximadamente 400 milhões de toneladas. Estima-se que o Brasil seja responsável por 10% desse total!

Tudo isso é resultado do consumismo sem freios que produz pobreza no mesmo ritmo. Segundo a UNICEF, 45 mil crianças e adolescentes brasileiros sobrevivem da garimpagem do lixo. Catam embalagens, papel, latinhas para ajudar na renda de suas famílias.

Infelizmente, a lei aprovada ontem tem tudo para ser daquelas que “não pegam”. Ela proíbe lixões a céu aberto, por exemplo. Mas, a concentração fundiária no Brasil torna os preços da terra muito elevados. Isso aumenta muito o custo para construir lixões adequados.

Outra determinação é a obrigação de que fabricantes, distribuidores e comerciantes dêem destinação adequada aos produtos, após o uso pelo consumidor. Principalmente, pilhas, baterias, pneus e produtos eletrônicos. Um custo que as empresas não estão dispostas a arcar. É por isso que a regulamentação estava em debate há quase vinte anos.

Para os capitalistas o que importa é vender. Só querem saber de seus lucros e se lixam para o meio ambiente. Contam com a omissão dos governantes que ajudam a eleger com gordas doações eleitorais. Enquanto o sistema político funcionar desse modo, será muito difícil devolvermos o lixo para aqueles que são seus maiores produtores: as grandes empresas.

Dados do site Ambiente Brasil

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