Alexander Torres Maia é secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso. Em 23 de julho, deu uma declaração publicada no jornal O Estado de São Paulo: “Em Rondolândia, um proprietário sozinho tem uma área de 300 mil hectares, maior que Portugal. Sem incentivo, ele pode colocar abaixo cerca de 60 mil hectares (quase duas vezes a área de Campinas).”
A declaração pretendia justificar a modificação do Código Florestal brasileiro. Na verdade, é uma confissão da vergonhosa concentração da propriedade de terras no Brasil.
Segundo o Atlas Fundiário do Incra, as pequenas propriedades rurais representam mais de 62% dos imóveis do País, mas ocupam menos de 8% da área total. Cerca de 3% dos imóveis são latifúndios e representam 56% das terras cultiváveis. Enquanto isso, as pequenas propriedades do campo empregam quase 75% da força de trabalho e produzem cerca de 60% dos alimentos.
Esses números dão ao Brasil o segundo lugar mundial em concentração de propriedade da terra. Ajudam a explicar o terceiro lugar ocupado pelo país entre os de pior distribuição de renda.
É por isso que dezenas de entidades populares, sindicatos, partidos, movimentos sociais estão promovendo o Plebiscito pelo Limite de Propriedade da Terra. Este é o tema do Grito dos Excluídos deste ano, organizado nacionalmente durante a Semana da Pátria.
Trata-se de uma campanha pela reforma agrária radical. Pela divisão da propriedade das terras e multiplicação da capacidade de gerar trabalho e renda. Para alcançar esse objetivo precisamos da união de todos os explorados contra os exploradores. Votos que valem a pena. Participe: http://www.limitedaterra.org.br.
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