Doses maiores

20 de julho de 2010

O racismo contra árabes

Na semana passada, o parlamento francês proibiu que mulheres muçulmanas usem véus que escondam seus rostos. Como justificativa, o combate à opressão feminina. Mas, os principais defensores da medida são setores conservadores e de extrema-direita.

A proibição atinge cerca de 0,1% das mulheres muçulmanas que vivem na França. Na verdade, são um alvo menor para atingir um objetivo maior: o fortalecimento da discriminação contra muçulmanos. É a chamada islamofobia.

Recentemente, o uso do véu também foi banido da Bélgica, regiões da Espanha e norte da Itália. Na Suíça, a construção de novas mesquitas foi proibida.

Esse tipo de mentalidade vem sendo construída há séculos. Pelo menos, desde as Cruzadas. Mais recentemente, vem recebendo a colaboração da indústria cultural.

É o que mostra o documentário “Filmes Ruins, Árabes Malvados: Como Hollywood transforma um povo em Vilão”. O filme de Jeremy Earp e Sut Jhally é baseado no livro "Reel Bad Arabs", de Jack Shaheen.

A produção denuncia como Hollywood criou uma imagem negativa dos árabes. Um povo formado basicamente por bandidos, loucos, ignorantes, terroristas. E são filmes a que todos assistimos inocentemente, como Indiana Jones, Aladim, De volta para o futuro, Duro de matar etc.

Tudo isso afeta o modo como as pessoas em geral enxergam conflitos como os ocorridos na Palestina, Faixa de Gaza, Iraque e Irã. A mentalidade comum está condicionada a ver nos árabes apenas loucura, maldade e violência.

Trata-se de mais uma das muitas formas de dividir os explorados na luta contra a burguesia. Esta sim, especialista em malícia, violência e terrorismo.

Leia também: Os vários racismos

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