Foi grande o escândalo causado pela decisão do Supremo Tribunal Federal em relação à lei da Ficha Limpa. Mas, também era exagerada a esperança que se depositou na “mais alta corte do País”. Afinal, trata-se de um tribunal composto de gente indicada por governantes, com critérios altamente duvidosos.
Não custa lembrar que um ano atrás o STF se declarou contra a revisão da Lei da Anistia. Esta lei foi aprovada durante a ditadura militar. Seu objetivo maior nunca foi perdoar os que lutaram contra a ditadura, mas inocentar assassinos e torturadores. A prova é que estão todos por aí. Com exceção dos que morreram de velhice.
É uma lei feita por criminosos sobre crimes que eles próprios cometeram. Além disso, anistia costuma ser um perdão para quem já foi julgado e condenado. Os carrascos da ditadura jamais passaram por qualquer julgamento.
Ou seja, o STF concedeu ficha limpa para responsáveis diretos e indiretos por crimes de tortura e assassinato. Nada mais fez do que o jogo dos poderosos que indicam seus membros.
Para fazer este debate, foi realizado um seminário com vários coletivos de hip hop, em junho de 2010. Aconteceu no Rio de Janeiro e foi organizado pelo coletivo de hip hop Lutarmada, pelo Revolutas e Rede de Educadores Populares. O convidado especial foi Manoel Cyrillo, que pegou em armas contra o governo dos militares.
Um dos resultados do encontro foi uma música sobre o tema do debate. Vale a pena ver como tem muita gente do hip hop que mantêm a tradição de combate do movimento. Isso é que é ficha limpa!
Veja o clipe aqui: Ecos do Passado
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