A mais nova medida do governo Dilma é pra neoliberal nenhum botar defeito. A privatização dos aeroportos seria necessária para viabilizar a Copa e as Olimpíadas.
Num sistema público, os aeroportos que dão lucro ajudam a manter aqueles que não dão. Afinal, os primeiros ficam nas poucas capitais que se beneficiam da enorme concentração nacional da renda e do patrimônio. Com a privatização, a tendência é termos alguns poucos aeroportos ricos e luxuosos e muitos terminais pobres e abandonados.
O governo diz que não tem dinheiro para fazer as obras. Não é verdade. Segundo o Tribunal de Contas da União, são necessários cerca de R$ 33 bilhões para deixar os aeroportos novos em folha. Só em 2010, pagamos mais de R$ 78 bilhões em juros de uma dívida pública que o povo brasileiro jamais autorizou. Se deixássemos de pagar metade disso, não precisaríamos de privatização nenhuma.
“Isso é calote!” gritaria muita gente graúda. Pode ser, mas a Islândia acaba de realizar um consulta popular. Nela, 60% da população votaram contra o pagamento pelo governo de R$ 8,3 bilhões para Holanda e Inglaterra. Este foi o valor perdido por investidores dos dois países, que aplicaram dinheiro num banco privado islandês que faliu.
Para manter os aeroportos sob controle público, não seria nada mal fazer o mesmo. Passar um belo cheque voador para os especuladores financeiros. De quebra, estragaríamos a alegria de empreiteiras como Odebrecht, Camargo Correa e Queiroz Galvão. Todas já convidadas para participar de mais uma festa bancada com dinheiro público.
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