Governo Dilma: cem dias. A direita fala pelos editoriais da grande imprensa. Para “O Globo”, o saldo é positivo. A “Folha” diz que é “auspicioso”. O “Estadão” limitou-se a cobrar um “estilo”.
Eles têm razão. Dilma é Lula sem o jogo de cena. Não precisa dizer que faz o que pode. Ela faz o que deve ser feito, segundo as receitas neoliberais.
Dilma cortou R$ 50 bilhões do Orçamento. Atingiu áreas sociais, como as de moradia, reforma agrária, educação, saúde, meio-ambiente. Não mexeu em um centavo dos juros da dívida interna.
Dilma barrou um aumento maior para o salário mínimo. As centrais sindicais não gostaram. Mas, sem mágoas. Os trabalhadores das obras do PAC entraram em greve. Os sindicalistas agiram prontamente. Saíram em defesa dos patrões e das obras. Entre elas, Belo Monte, que recebeu uma licença ilegal por pressão do governo.
Muita gente defendia o voto em Dilma para manter a política externa de Lula. O novo governo condenou o Irã. Nada fez contra a intervenção militar estrangeira na Líbia. Ao mesmo tempo, recebeu Obama como se fosse nosso colonizador.
A direção do MST reclama do desprezo à Reforma Agrária. Não deveria. É apenas a continuidade do lulismo. Engenharia política que favorece os poderosos, enrola os explorados e acalma os miseráveis.
Quem não gosta mesmo de Dilma é a extrema direita. Não perdoa seu passado de guerrilheira. Ótimo álibi para a esquerda que defende a presidenta. Mas, Dilma não nega seu passado nem está presa a ele. Sua tarefa atual é a manutenção de uma ordem injusta e opressora. A direita agradece.
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