A agência de Washington Olivetto acaba de concluir uma enorme pesquisa sobre o potencial de consumo da chamada nova classe média. O estudo incluiu 5 mil horas de convivência familiar, com direito a 4 mil horas de vídeos e 3.700 entrevistas. Foram envolvidos mais de 160 especialistas. Tudo para conhecer melhor a “classe C”.
A Associação Brasileira de Shopping Centers diz que 55% dos atuais shoppings brasileiros ficam no Sudeste. Cerca de 20% deles, no Rio e em São Paulo. Mas, dos 32 novos shoppings a serem inaugurados em 2012, somente três ficarão nesses dois estados. A entidade diz que trata-se de uma interiorização do setor. Resultado da ampliação do mercado para as classes C e D.
Cerca de 30% da população negra brasileira pertencem à classe C. Números do Instituto Datapopular revelam que a posse de TVs entre negros passou de 63%, em 2001, para 91%, em 2010. No mesmo período, a proporção desse setor da população que possui máquinas de lavar passou de 10% para 53%.
Durante sua campanha eleitoral à presidência, Plínio Sampaio (PSOL) costumava dizer que “entrar para a classe média virou sinônimo de comprar na Casas Bahia”. Nada contra, dizia ele, “mas ascensão social deveria implicar, principalmente, o acesso a serviços públicos de qualidade”. Deveria significar melhores condições para o exercício de direitos básicos.
O que estamos vendo não é bem ascensão social. É ampliação de mercado consumidor. É muito pouco e bastante duvidoso.
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