Doses maiores

1 de abril de 2011

Bolsonaro, muito atual

O deputado federal Jair Bolsonaro, (PP-RJ) mostrou todo seu racismo no Programa "CQC", em 28/03. Perguntado sobre a possibilidade de que seu filho se casasse com uma negra, respondeu:
Não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como, lamentavelmente, é o seu.
É apenas mais uma de suas muitas declarações conservadoras. Em fevereiro de 2000, por exemplo, ele disse:
A tortura é diferente do espancamento. A primeira, em todas as formas, tem sido sempre arma de guerra largamente utilizada em todos os conflitos havidos no mundo; ainda é assim e sempre será.
Em maio de 2009, pendurou um cartaz na porta de seu gabinete: “Desaparecidos do Araguaia, quem procura osso é cachorro”.

Em novembro de 2010, deu sua opinião sobre proposta de lei que proibia o espancamento de crianças:
O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um coro, aí muda o comportamento dele. Olha, eu vejo muita gente por aí dizendo: ainda bem que eu levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem.
Bolsonaro é um defensor do que há de pior na sociedade brasileira. Sua “escola” foi a ditadura militar de 64. Algo que deveria ter sido enterrado há muito tempo. 47 anos depois, continua a vagar por aí como um maldito morto-vivo.

Talvez, nos ajude a pensar sobre a questão uma recente informação que vem da Argentina. Segundo reportagem de Lucas Ferraz para a Folha de S. Paulo, publicada em 27/03/2011:
Os julgamentos dos crimes cometidos na última ditadura militar da Argentina (1976-83) já levaram à prisão 486 ex-militares envolvidos nas ações de terrorismo do Estado, que deixaram mais de 30 mil pessoas mortas ou desaparecidas, segundo entidades de direitos humanos.
Aqui, os carrascos não foram levados nem a julgamento. E muito provavelmente, a grande maioria deles morrerá livre. Afinal, o governo da ex-guerrilheira Dilma Roussef nomeou para chefe do gabinete de Segurança Institucional o general José Elito Siqueira. Em janeiro, o militar declarou que “não temos que nos envergonhar ou nos vangloriar” dos desaparecidos políticos durante a ditadura militar.

Nada do que Bolsonaro representa é antigo. Atualiza-se a cada dia na política de repressão do Estado brasileiro. Produto da covardia oficial e da impunidade legal.

Leia também: A cor da violência

4 comentários:

  1. Bom dia Ségio!Bolsonaro é um câncer,lixo radioativo e é bom tomar cuidado com o alcance do que ele fala mas pelo menos ele está exposto,está lá para todos verem e saberem,exatamente,o que esperar de tal criatura.Muito pior,eu creio,são os outros,as cobras venenosas e perigosas fantasiadas de doces cordeirinhos,é destes que tenho mais medo.São estes,por exemplo,os primeiros a bradarem que nossa sociedade não é racista,machista,preconceituosa.São estas¨cobrinhas¨que se apressam em julgar e condenar,gente como Adriano.Não porque ele é preto,ou rico,ou talentoso,ou porque,contra tudo e contra todos,tem orgulho de suas origens e faz questão de mante-las perto de si mas porque Adriano é tudo isso junto e sendo assim,esfrega na cara desta parcela podre da nossa sociedade,aquilo que ela faz tanta força para fingir que não existe.Adriano é crucificado porque é um símbolo,e quem o crucifica é gente que normalmente nós nem desconfiamos que é infinitamente mais reacionária do que os Bolsonaros da vida.Adorei seus textos,abraços mil,Anna Kaum.

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  2. "Senhor Deputado Edson Santos,

    Antes de o senhor destilar a sua ira sobre o deputado Bolsonaro, lembre-se de fatos passados. Refresque um pouco a sua memória. O senhor está muito esquecido. Pois bem, Lula e Marta Suplicy, correligionários famosos petistas, não mediram palavras para atacar ou fazer considerações inconvenientes a pessoas e regiões, e, no entanto, não foram execrados por esses mesmos falsos moralistas. Quando se tem telhado de vidro não se deve jogar pedra no telhado do vizinho. Não seja hipócrita, presunçoso. Não se considere melhor do que ninguém, porque Deus conhece as suas falhas e defeitos.
    Em 2000, Pelotas/RS, Lula, em seus dias de delírios, sem perceber que as câmaras de TV já estavam gravando, disse que o município pelotense era um polo exportador de veados. A senadora Marta Suplicy, na campanha para a prefeitura de São Paulo insinuou que o Kassab fosse gay porque ainda estava solteiro. Refrescou a sua memória? Se não refrescou, não se atormente, faça como disse Marta Suplicy: relaxe e goze! Já viu como agem os carrascos, os crucificadores de Cristo, os fariseus, os exageradamente falsos moralistas? Não se pode servir, ao mesmo tempo, a Deus e ao diabo: a verdade e a mentira, a falsidade. De falsos julgadores os nossos tribunais clandestinos de inquisição estão cheios por aí.
    Com que vestal os senhores, principalmente petistas, podem exigir a punição de um político, que agiu da mesma forma que Lula e Marta Suplicy? Ademais, o deputado Bolsonaro foi provocado pelos interlocutores. Não foi ele que saiu espontaneamente fazendo considerações refletidas ou irrefletidas. As perguntas foram maliciosamente preparadas para incendiar as suas respostas. E quem não gosta de se queimar não deve brincar com fogo. Ademais, as suas respostas expressaram o seu pensamento, que deve ser respeitado. Isso é Direito Constitucional. Como é Direito Constitucional os ofendidos procurarem os tribunais, e não os falsos moralistas políticos pretenderem julgá-lo no Conselho de Ética da Câmara, porque um Conselho de Ética, formado por 20% de parlamentares com problemas na Justiça, não tem moral e competência para julgar ninguém.
    Deputado, vamos devagar com o andor que o santo é de barro!"

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  3. Acho que esta resposta deveria ser dirigida ao "senhor deputado Edson Santos", meu caro Júlio. Com cópia para o senhor deputado e estúpida figura human, Jair Bolsonaro.

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