Desde a Idade da Pedra, a casa própria é o maior patrimônio do americano típico. Quem não se lembra de Fred Flintstone e sua casinha ajeitada? A esposa esperando pacientemente sua chegada? Mesmo que fosse para deixá-lo trancado do lado de fora. E ele a gritar: “Vilmaaaa!!”
Grande, dois andares, com direito a jardim, churrasqueira, cachorro e vizinhos metidos e implicantes. São assim as casas de “A feiticeira”, “Jeannie é um Gênio”, “Família da Pesada”, “Simpsons” e muitos outros filmes e séries estadunidenses.
A casa de um homem é sua fortaleza, eles dizem. Principalmente, se for branco, protestante, machista e ganhar bem num emprego chato. Não representa todos os americanos. Mas, com certeza, é responsável por grande parte do consumo estadunidense. Tudo baseado nas hipotecas.
Quando essa casa caiu, atingiu Obama também. Sua popularidade está lá embaixo. O efeito Obama passou, ficou o efeito despejo. Apoiado por banqueiros e empresários, restam poucas alternativas para o presidente democrata. Mas elas existem.
Robert Scheer é jornalista e autor do livro “The Great American Stickup” (O grande roubo americano). Apoiou Obama e se diz decepcionado com sua atitude diante da crise. Afirma que ele poderia, pelo menos, ter forçado os bancos a negociar as hipotecas. Preferiu dar mais dinheiro aos banqueiros e deixar milhões de pessoas sem teto.
Tudo começou com Clinton. Nos anos 1990, as hipotecas viraram papéis especulativos. A coisa piorou com Bush e suas guerras. Agora, caiu o teto na cabeça de Obama. Junto com ele, desaba a economia americana. E não adianta gritar pela Vilma.
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