Doses maiores

17 de agosto de 2011

Superpopulação e ocupação burra

Quanto tempo nosso planeta nos agüenta? Somos demais para ele ou Aldo Rebelo tem razão? Quem superpovoa a terra são os bichos e as matas?

Matéria interessante de Antônio Gois ajuda a responder. Saiu na Folha de S. Paulo, em 14/08. Diz que, em outubro, a Terra chegará a 7 bilhões de habitantes. Os números assustam:
Em 1960, a população mundial era de 3 bilhões de pessoas. Em apenas 39 anos, dobrou, passando para 6 bilhões de habitantes em 1999. Foi um crescimento nunca antes visto. Em retrospecto, os intervalos em que a população dobrou ficaram cada vez mais curtos. Foram 70 anos entre 1890 e 1960; 150 anos de 1740 a 1890; cinco séculos de 1240 a 1740; e mais de um milênio entre o ano 40 e 1240.
Na verdade, os números absolutos enganam. “Agrupados ombro a ombro, os atuais 7 bilhões de habitantes do planeta caberiam na área da cidade de São Paulo”, diz Antonio.

O problema não é ocupar. É como ocupar. Temos um modo desastroso de utilizar os recursos naturais e distribuir seus produtos. Vejamos:
A ONU estima que quase um bilhão de pessoas ainda passem fome, mas o problema não está na incapacidade de produzir comida em escala global para alimentar a população. Mesmo considerando um período em que a população mais do que dobrou, de 1960 a 2009, a produção mundial de alimento per capita cresceu 41%.
Alimento sobrando de um lado. Fome, do outro. Só tem uma explicação. A produção de alimento não serve para alimentar. Serve para dar lucro. Se não for possível, que apodreça nos estoques.

É a mesma lógica que nos faz utilizar as mais sujas fontes de energia. Emporcalhamos o planeta porque é mais barato. De novo, o texto:
Um relatório do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas divulgado em fevereiro deste ano apresenta uma estimativa do custo anual dos investimentos para fazer uma transição da economia marrom -baseada em fontes energéticas não renováveis- para a verde: US$ 1,3 trilhão (R$ 2,1 trilhões) por ano, ou 2% do PIB mundial.
Muito dinheiro. Só que a indústria mundial de armas gasta cerca de US$ 1,6 trilhão (R$ 2,58 trilhões) anuais, diz o artigo.

Claro que o planeta ainda pode nos agüentar por muito tempo. Nós é que não nos agüentaremos.

Leia também:
A salsicha de Aldo Rebelo
Planeta mal humorado ou mal ocupado?

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