A palavra “actual” em inglês quer dizer “real”. Deve ter um fundo filosófico aí. Há correntes filosóficas que dizem que o real não é, está sendo. O fruto é o estado atual da semente, depois de ser folha e flor.
Vivemos os tempos das inovações tecnológicas. Até o século 19, elas apareciam com longos intervalos. Desde então, vêm se acelerando. Atualmente, ocorrem quase anualmente. Quem as ignora ou é por elas ignorado, vai sendo marginalizado. O novo é tudo. O velho, nada. Incluindo os idosos.
Mas há coisas atuais, que são velhas e podres. O racismo é novo. Surgiu no século 19 para justificar a escravidão. Primeiro, tomou como vítimas os negros. Depois, atualizou-se perseguindo judeus, ciganos, asiáticos, árabes.
Já o machismo, vem se atualizando na história humana há milênios. É elemento importante no apoio aos mais variados tipos de dominação. Uma de suas mutações é a homofobia. O ódio ao estrangeiro e a perseguição religiosa também são antigos contemporâneos nossos.
A força renovadora de toda essa intolerância é o capitalismo. Nada mais atual do que usar facebook e twiter para espalhar preconceitos. Ou fazer o mesmo através de banda larga, imagens de alta definição e fibras óticas.
Moderno mesmo é atualizar as lutas dos escravos romanos e dos negros escravizados. A secular resistência de mulheres e homossexuais. Tornar contemporâneos as guerras camponesas, a Revolução Francesa, a Comuna, Palmares, os sovietes revolucionários, o Maio de 68.
Leia também: A Noruega e o terrorismo loiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário