Doses maiores

12 de agosto de 2011

A salsicha de Aldo Rebelo

Ainda no século 19, o primeiro-ministro alemão Otto Bismarck disse: “Leis são como salsichas. É melhor não ver como são feitas”.

Um dos legisladores da nação é o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB). Ao lado dos ruralistas, quer mudar o Código Florestal. Alega que a lei dificulta a vida de quem quer produzir. Não passa de desculpa esfarrapada. Mas, não é tão obsceno como o que realmente pensa o parlamentar.

Alguém escancarou a fábrica de salsichas do deputado. O lugar fede a carne podre. Trechos do relatório em que Rebelo justifica as mudanças no Código Florestal foram parar na internete. Como exemplo, um trecho sobre a floresta amazônica:
O homem tem que lutar de maneira constante contra esta floresta que superocupou todo o solo descoberto e que oprime e asfixia toda a fauna terrestre, inclusive o homem, sob o peso opressor de suas sombras densas, das densas copas verdes de seus milhares de espécimes vegetais, do denso bafo de sua transpiração. Luta contra a água dos rios que transformam com violência, contra a água das chuvas intermináveis, contra o vapor d’água da atmosfera, que dá mofo e corrompe os víveres. Contra a água estagnada das lagoas, dos igapós e dos igarapés. Contra a correnteza. Contra a pororoca. Enfim, contra todos os exageros e desmandos da água fazendo e desfazendo a terra.
Nosso salsicheiro usa uma lógica digna de bandeirantes caçadores de índios. Borba Gato e Raposo Tavares ficariam felizes em assinar tal texto.

O pior é que uma figura dessas é confundida com comunistas e outras pessoas que defendem o socialismo.

Desculpem o mau cheiro!

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3 comentários:

  1. Será mesmo que é dele? Não é inventado? Aff

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  2. O pior é tudo é que o deputado está sendo....sincero e consequente dentro do entendimento do que é comunismo para alguns comunistas. É a tal da derrota da dialética a que se refere Leandro Konder.

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  3. É dele. O relatório na íntegra tá disponível no site do Congresso.
    El Otro. Em nome do comunismo, há muita porcaria. Em nome da democracia, da liberdade dos mercados, há muito mais.

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