O Sistema Único de Saúde (SUS) é um modelo público universal, mas o perfil do nosso gasto público em saúde é parecido com o dos Estados Unidos, que é baseado em seguros de saúde privados. Por isso, o gasto público brasileiro em saúde é, em termos percentuais, menor do que o canadense e o australiano, que se destacam pela intervenção ativa do Estado.O baixo gasto público no setor em saúde no Brasil explica a falta atendimento de qualidade para todos. Por isso não surpreende que as famílias brasileiras gastem tanto com planos de saúde. O artigo diz que as despesas com serviços médicos e medicamentos chegam a 29,2%. Mais que o dobro do verificado nos Estados Unidos: 12,1%.
Não é só isso. Os autores citam a Terapia Renal Substitutiva (TRS) e os transplantes de rim. Dois dos procedimentos mais procurados. Segundo eles:
As TRS custaram ao SUS, no ano de 2010, R$ 1,6 bilhão. A hemodiálise é a TRS mais frequente e cobre 70 mil brasileiros. Assim, a TRS possui o maior orçamento dentre os procedimentos ambulatoriais de média e alta complexidade, crescendo sua quantidade ao longo dos anos. Porém, apenas 10,3% dos 18.780 equipamentos de hemodiálise pertencem ao Estado Brasileiro, cabendo ao setor privado, contratado pelo SUS, 83,3% desses equipamentos. Consequentemente, o SUS paga 95% do custo total.Só para ter uma idéia em 2010 os planos de saúde faturaram R$ 72,7 bilhões. Mas desembolsaram apenas 5% das despesas com pacientes renais.
Por descaso dos governos, o SUS atende mal dezenas milhões de pacientes pobres. Pessoas que já pagaram a conta de seu atendimento através de impostos. Mas o maior problema é a indústria da saúde. Um tumor que parasita os recursos já tão limitados do sistema público de saúde.
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