Possuir casa própria costuma ser um objetivo sagrado para os trabalhadores. Por isso, a atual crise vem sendo cruel com milhões deles, despejados de suas casas na Europa e nos Estados Unidos.
No Brasil, a maioria sonha fugir do aluguel. Anseio explorado pelos governos para alojar populações inteiras a vários quilômetros dos centros urbanos. São centenas de milhares de trabalhadores viajando horas entre casa e trabalho todos os dias. Verdadeiros movimentos migratórios diários dentro das cidades.
O interessante é que o grande capital não tem o menor problema em pagar aluguéis. Há no mercado imobiliário uma operação chamada “built to suit” (“construído sob medida”). Trata-se de contratos de locação para imóveis voltados para o atendimento de locatários específicos.
É o caso de agências bancárias. Há projetos feitos só para atender às necessidades desse tipo de instalação. Desse modo, evita-se a imobilização do capital da empresa em propriedades. E há também vantagens tributárias para empresas que pagam aluguel.
Uma das maiores clientes desse tipo de negócio nos Estados Unidos é a Wal-Mart. Seu fundador é Sam Walton. Dizem que ele afirmou certa vez: “Estou no negócio de vendas a varejo, não no negócio de imóveis. Se tiver que construir uma loja, tudo bem. Mas, em seguida, coloco a venda”.
Para o capital o que importa é o controle dos mecanismos que geram os lucros. Não necessariamente sua posse. Nesse caso, nem a propriedade é sagrada. Diferente do que acontece com muitos trabalhadores, que vêm suas casas tomadas pelos bancos, por exemplo.
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