Em 10/11, a CBN fez uma entrevista com Wagner Weber, presidente do Centro Empresarial Brasil-Paraguai. Em depoimento a Carlos Sardenberg, ele descreveu o Paraguai como um paraíso para os neoliberais, ainda que não tenha dito isso.
Segundo Weber, investir no Paraguai é um grande negócio. Nem tanto pelo baixo custo da mão de obra. Afinal, o salário mínimo local é de 740 reais. É que os trabalhadores do país produzem cerca de dois meses a mais por ano que seus companheiros do Brasil.
Isso aconteceria porque são cinco feriados a menos por ano e apenas 12 dias de férias para quem trabalha há menos de cinco anos. Férias com 30 dias somente após 10 anos de trabalho na mesma empresa. A jornada semanal é de 48 horas.
A carga tributária em relação ao PIB é de apenas 8%. Não há imposto de renda para pessoa física ou jurídica. Tudo isso explicaria um crescimento econômico espantoso. Os setores de pecuária e manufatureiro vêm crescendo 7% ao ano nos últimos 20 anos.
Weber também diz que a esquerda quase não existe no país. É verdade que o atual governo foi eleito com apoio dela. Mas 98% dos membros do Congresso Nacional são de centro-direita e a instituição manda mais que o presidente da república.
Só não se falou sobre as conseqüências disso tudo para a maioria da população paraguaia. O país ocupa a posição 107 no Índice de Desenvolvimento Humano. Bem abaixo da grande maioria dos países latino-americanos.
É ou não é um paraíso do neoliberalismo? Talvez por isso o capital brasileiro esteja tão bem por lá.
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