Em
primeiro lugar, a eleição para presidente não é direta. O ocupante do Executivo
é escolhido por um colegiado formado por delegados eleitos nos estados. Para
ser eleito, o candidato precisa obter 270 votos nesse colegiado.
Mas
a representação do colégio eleitoral é composta de forma a favorecer os estados
menos populosos. Assim, o presidente pode
ser eleito sem que tenha obtido a maioria dos votos diretos. Foi o que
aconteceu com George Bush, em 2000.
O
pluralismo político é uma farsa. Há cerca de 70 partidos legalizados. Mas o sistema
distrital favorece apenas republicanos e democratas. Na verdade, duas alas de
um partido único. Só divergem quanto à melhor maneira de preservar os
interesses da classe dominante americana.
Outro
mecanismo limitador da democracia é o encarceramento em massa de pobres e
negros. Eles formam a maior parte dos 2,3 milhões da população carcerária dos
Estados Unidos. A maior do mundo.
Por
fim, vale lembrar o livro “Democracia contra o capitalismo”, da marxista
canadense Ellen Wood. A democracia
americana, diz ela, é “formada por muitos indivíduos particulares e isolados”.
Eles elegem seus representantes e voltam a sua passividade privada. Impera o
que a autora chama de “cidadania passiva e despolitizada”.
Ou
seja, o sistema político da nação mais poderosa é uma das mais
perfeitas ditaduras de classe que já existiu. Por isso, espalha guerra e tragédias sociais
pelo mundo. A “festa democrática” americana é chata, para poucos e muito
perigosa.
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