Doses maiores

8 de novembro de 2012

PCC é criação do conservadorismo tucano

Em 23/01/2010, o blog “Crimes no Brasil”, do Estadão, entrevistou quatro pesquisadores que estudaram o PCC em prisões e na periferia paulistana. Trata-se de Gabriel Feltran, Karina Biondi, Camila Nunes e Adalton Marques. O texto intitulado “16 perguntas sobre o PCC” é enorme, mas vale a leitura.

Segundo os entrevistados, o PCC tem uma hierarquia pouco tolerante a lideranças autoritárias. Seria responsável pela diminuição dos homicídios nas prisões e nas comunidades pobres. Também teria banido o crack nos presídios e em muitos lugares da periferia. Tudo isso em nome de alguns valores morais. Quase uma ideologia.

Podem-se tirar as conclusões mais sensatas ou delirantes disso tudo. Mas uma coisa ficou bem clara na entrevista. Perguntados sobre o que poderia enfraquecer ou acabar com o PCC, as respostas foram parecidas: “... seu fortalecimento está diretamente ligado às formas de opressão que o Estado dirige à população carcerária”, diz Karina.

Gabriel destaca o “desemprego e a fragilidade da garantia do direito à segurança dos mais pobres”. Mas, conclui, “radicalizar a repressão e o encarceramento só me parecem colocar mais água nesse moinho”.

Camila afirma que não sabe como “acabar com o PCC”, mas tem uma certeza:

...o aumento da repressão dentro e fora das prisões, a carta branca que parece ter a polícia para matar na periferia e outras formas mais de desrespeito aos direitos da população pobre da periferia e dos presos, são elementos que fortalecem o PCC...

Ou seja, é a política de segurança ultraconservadora dos últimos governos paulistas que fortalece o PCC. Os tucanos dão de comer às feras que ajudaram a criar.

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