A
edição anuncia a definição das penas de todos os envolvidos no caso. Na verdade,
comemora um julgamento que condenou lideranças históricas do PT. Antigos desafetos
do jornal e de boa parte da classe dominante brasileira. Não se trata de
acreditar na inocência dessas personalidades. Mas cabe desconfiar de uma disposição
para condenar jamais vista naquela corte antes.
Por
outro lado, oito dos onze juízes do Supremo foram indicados pelos governos
petistas. O próprio Joaquim Barbosa foi nomeado por Lula. O procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, também. Ambos foram decisivos na condenação dos envolvidos
com o mensalão. Ao confiar na insitucionalidade burguesa, o PT acomodou-se
dentro de uma armadilha.
Mas
as maiores vítimas dessa armadilha não são os réus do mensalão. Muito menos as lideranças
e a direção do PT. Estes últimos sabiam o que estavam fazendo. E seguem convictos
de que estavam certos. Afinal, a popularidade de seu governo continua alta,
apoiando-se na vocação corrupta da política oficial.
A
verdadeira vítima da armadilha institucional é uma pequena parte da militância petista.
Aquela que nunca concordou ou se fez cúmplice das sujeiras petistas. Permanece socialista
e combativa. A ela resta a necessidade de refletir sobre uma frase atribuída à revolucionária
Rosa Luxemburgo: “os socialistas não mudam o Estado. O Estado é que muda os socialistas”.
Leia
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PT se acomoda ao conservadorismo
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