“No conteúdo, a postura
está correta, mas precisa melhorar na forma”. A frase é de José Roriz Coelho,
vice-presidente da Fiesp, sobre o governo Bolsonaro. Está na coluna de Joana
Cunha, publicada na Folha, em 27/08/2019.
E as queimadas? A
colunista apurou que dirigentes da poderosa entidade patronal paulista
consideram o desempenho de Bolsonaro na crise ambiental “bem-sucedido”. Afinal,
disseram, “Emmanuel Macron ficou isolado na tentativa de atrapalhar o acordo
UE-Mercosul”.
Enquanto isso, a coluna
de Nelson de Sá, publicada em 28/08/2019, reproduz trecho de editorial do Wall
Street Journal: “Para salvar Amazônia, é preciso vender estatais”. Afinal, diz
o texto, “abrir a economia fará mais para proteger a floresta do que fizeram os
governos socialistas antes de Mr. Bolsonaro”.
“Governos socialistas”.
Não, não é Olavo de Carvalho delirando. É um dos jornais mais influentes do
mundo.
Aqui, a grande imprensa
andou mais crítica. Mas nada que a aprovação definitiva da Reforma da
Previdência não resolva. Além disso, há sempre a possibilidade de
“parlamentarizar” esse governo bisonho.
Ou seja, quando se trata
de um governo de direita, mesmo que extremista, a paciência dos poderosos é
quase infinita.
O que está muito longe de
serem infinitas são as chances de sobrevivência para a enorme maioria da
humanidade. Do aquecimento global ao caos social, o abismo se aproxima
rapidamente.
Em resposta, a esquerda
gosta de gritar: “Socialismo ou barbárie!”. Mas muitos de nós insistem em
buscar uma solução intermediária inexistente. Uma espécie de “governabilidade”
em meio ao apocalipse.
Diferente de nós, a
direita leva essa escolha muito a sério. Como mostra o Wall Street Journal,
socialismo, jamais.
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Esperando,
e preparando, as próximas traições
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