“O jogo não acabou”, afirma
Eduardo Fagnani em relação à Reforma da Previdência em tramitação no Congresso Nacional.
Professor do Instituto de Economia da Unicamp, ele fez esse alerta em recente artigo publicado no portal Plataforma Política Social.
Fagnani lembra que ainda
restam três turnos de votação no Congresso. Portanto, temos algum tempo para mobilizações
contra a sua aprovação. Mas outro alerta importante trazido pelo texto é a desconstitucionalização
de muitos direitos previdenciários, promovida pela proposta. Segundo o artigo:
O
texto aprovado é mera compilação de “medidas transitórias” que terão validade
até que a verdadeira reforma seja feita por dezenas de leis complementares,
cuja aprovação é mais fácil porque não requerem quórum qualificado de 308 votos
(Câmara) e 49 votos (Senado) em dois turnos de votação em cada casa. Não é
improvável o cenário no qual as regras previdenciárias poderão ser alteradas
por leis ordinárias, medidas provisórias e atos administrativos do Ministério
da Fazenda.
Dentre os direitos que ficariam
sujeitos a maiorias simples e decretos, estão os Benefícios de Prestação
Continuada, aqueles envolvendo pessoas com deficiência e os relacionados a atividades
perigosas ou insalubres. Auxílio acidente-de-trabalho, auxílio-doença e outros resultantes
de incapacidade temporária para o trabalho também estão ameaçados.
Além disso, a Reforma
Tributária pretendida pelo governo quer reduzir impostos e contribuições de
modo a secar as fontes de custeio da seguridade social. Levar a previdência
pública à inanição e torná-la um serviço moribundo para moribundos.
Ou seja, diz o autor, a “reforma
da Previdência poderá converter-se em processo continuado”. Portanto, nossa resposta
só pode ser um processo igualmente permanente, mas crescente, de resistência a
ela.
Pílula perfeita, mostra a urgência com que a resistência contra essa destruição não deve ficar só no discurso. Grande abraço!
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