O filósofo e músico Vladimir
Safatle tem se mostrado uma das poucas vozes lúcidas e radicais da esquerda.
Em artigo publicado no portal El País, em 31/07/2019, após condenar o “silêncio tumular” da oposição diante
da aprovação da Reforma da Previdência, ele afirma que esse tipo de
acontecimento mostra que:
Há certas
situações nas quais é necessário dividir para crescer. A oposição brasileira
até agora sonhou com uma união em cima do nada. Ela não definiu as rupturas que
quer tomar para si, o horizonte de suas novas lutas. Tentará ela ser, mais uma
vez, o “good cop” do capitalismo brasileiro ou estará enfim disposta a
vocalizar rupturas até agora não tentadas? Será ela o arauto do retorno a uma
democracia que nunca existiu entre nós ou assumirá enfim o desafio de romper e
criar o que até agora não existiu? Pregará ela o evangelho da “integração para
todos” e do respeito a uma emancipação de indivíduos proprietários ou estará
disposta a ser a força de desintegração que nos levará para fora do universo de
propriedades? Essas divisões podem criar novas alianças. Por isto, elas podem
nos fazer crescer.
Ou seja, à ruptura
extremista e fanática promovida pelas classes dominantes nacionais devemos
moderar nossas posições? Vamos abandonar de vez nossa crítica implacável ao capitalismo,
seu sistema de dominação assassino e sua vocação econômica destrutiva?
Como reagiremos ao
turbilhão de sujeira a que foi arrastada a esquerda pelos setores dirigentes
petistas? Participando de seus projetos políticos, que incluem grande parte do
lixo político nacional?
A resposta a tudo isso é
um não radical, mas potencialmente criativo.
Concordo com sua consideração sobre o Vladimir Safatle e com a direção que ele aponta. Abraços.
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