Outro traço comum a ambos foram as dificuldades nas relações com a burguesia. Sobre isso Getúlio Vargas diria, em 1935: “Estou tentando salvar esses burgueses burros e eles não entenderam”.
O desabafo foi dito após uma reunião em que empresários recusaram apoio à aprovação de leis trabalhistas para evitar o aumento da influência do PCB entre os operários.
Em fevereiro de 2010, Lula disse:
Um país governado a vida inteira por capitalistas precisou eleger um metalúrgico que se dizia socialista para compreender que não era possível um país capitalista sem capital. E muito menos um país capitalista sem crédito e sem financiamento. Essa era uma lógica primária que qualquer imbecil deveria saber, mas a verdade é que não era assim.Lula referia-se aos fartos e facilitados empréstimos oficiais concedidos às grandes empresas.
O fato é que os patrões brasileiros são como os patrões do mundo inteiro. Competem entre si selvagemente para ficar com o pedaço maior dos favores governamentais. Quem fica com fatias menores esperneia. Por outro lado, morrem de nojo e de medo dos pobres. Daí toda a desconfiança em relação à enorme popularidade de Vargas e Lula.
A burguesia brasileira não é burra nem imbecil. É muito esperta. O suicídio de Vargas atrasou o golpe militar em 10 anos. Mas, ele finalmente veio para esmagar os interesses populares. A burguesia se assustou com Lula. Mas já passou. Afinal, o próximo governo deverá ser do PSDB de Serra ou do PMDB de Dilma.
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