Há 70 anos, morria Leon Trotsky, assassinado a mando de Stalin.
O revolucionário russo cometeu erros graves de avaliação, é verdade. Mas, todos eles em defesa do socialismo e da revolução.
Ao contrário do que fazem muitos de seus seguidores, Trotsky nunca foi um visionário que despejava verdades sobre a cabeça alheia. Sabia respeitar os explorados e aprendeu muito com as lutas que travavam. Sobre isso ele costumava contar uma história.
Trotsky dizia que aprendeu tudo o que precisava saber sobre uma organização revolucionária com cinco trabalhadores. Um deles sempre foi um militante socialista. Um defensor intransigente dos oprimidos, à frente de qualquer luta dos explorados. Outro deles era um reacionário nato. Havia nascido e morreria sendo um fura-greve. Depois de morto, se houvesse uma greve no céu, ele a combateria. Mas, os outros três trabalhadores não eram nem revolucionários nem reacionários. Às vezes, eram influenciados pelo reacionário, às vezes, pelo revolucionário. Ficavam no meio dos dois, sempre em disputa.
Este é o objetivo da organização revolucionária. Empurrar os trabalhadores que ficam no meio para perto do militante revolucionário. E oferecer a este organização, força, consciência e conhecimento sobre as tradições de luta. Elementos que permitam a ele conquistar os trabalhadores em disputa e isolar a direita. Impedir que esta conquiste os trabalhadores que estão no meio e isole o socialista.
Em breves e didáticas palavras, Trotsky estava se referindo ao que Gramsci chamaria de disputa de hegemonia. E alertando para a necessidade de nos convencermos a todos e todas de que na luta revolucionária estamos sempre aprendendo. Mudando um pouco a recomendação de Lênin sobre a educação revolucionária, diríamos: aprender, aprender, aprender!
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