Na
luta de Clara Zetkin contra o fascismo, ela também teve que enfrentar os erros
cometidos pela Internacional Comunista. Especialmente, a adoção da tática conhecida
como “Terceiro Período”, formulada por Stálin.
Segundo
essa linha política, no primeiro período teria surgido a onda revolucionária
que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, o segundo se caracterizaria pela
estabilização do capitalismo e o terceiro seria marcado pelo colapso
capitalista e pela revolução mundial.
Na
Alemanha, por exemplo, essa tática significava a rejeição de qualquer
possibilidade de formar uma frente única com os socialdemocratas contra o
nazismo.
Diante
da proximidade do colapso do capitalismo, tanto socialdemocratas como nazistas
seriam igualmente varridos pela vitória do proletariado internacional. Hitler
seria esmagado pela revolução mundial.
Clara
sabia que esta avaliação era um erro muito grave. Por isso, foi dela o único
voto contrário à resolução do Terceiro Período aprovada em reunião da direção
da Internacional, ocorrida em fevereiro de 1928.
Foi
somente após Hitler se tornar um ditador sanguinário que a Internacional
abandonou sua tática desastrosa. Passou a defender a formação de “frentes
populares” contra o fascismo.
Mas,
na prática, essa linha colocou os trabalhadores a reboque de forças conservadoras,
que não hesitavam em trair seus aliados sempre que necessário.
A
oposição liberal ao fascismo está sempre pronta a negociar com nossos inimigos.
Principalmente, se estiverem em jogo conquistas populares e a cabeça de
lideranças socialistas.
Este
debate está mais atual que nunca. Se a união mais ampla possível é fundamental
para combater o fascismo, ela tem que se dar entre as forças anticapitalistas. Esta
era a essência do antifascismo de Clara Zetkin.
Clara Zetkin e a luta antifascista
Os terríveis erros de Stálin no combate ao nazismo
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