A
situação política nacional parece adequar-se àquela famosa metáfora do “bode na
sala”. Numa casa cheia de problemas de convivência por causa do excesso de
moradores, alguém coloca um bode no meio da sala.
A
situação fica ainda pior, claro. Mas finalmente retirado o animal, o alívio
imediato faz os moradores esquecerem de que continuam a habitar um lugar
insuportável.
Bolsonaro
representaria esse bode num Brasil que nunca chegou a ser muito suportável, mas
que piorou bastante desde 2013. Não que alguém o tenha trazido. Ele é que foi
chegando aos poucos.
Alguns
moradores avisaram que a presença do animal pioraria ainda mais as coisas. Mas
a maioria resolveu ignorar os alertas. Afinal, no meio de toda a fedentina, que
diferença faria o cheiro do bicho?
Também
houve quem começasse a mimá-lo. Querem aproveitar sua presença para tirar
vantagens sobre os outros moradores. Agora, já não têm certeza de que tenha
sido uma boa ideia. O caprino morde e escoiceia quase todo mundo sem muita
distinção.
Além
do fedor, começam a circular no ambiente propostas sobre como se livrar do
bovídeo.
Apesar
de toda a limitação de sua inteligência, o bicho sente que pode ser despejado a
qualquer momento. Mas não consegue corrigir seu comportamento. Alterna algumas
lambidas nas mãos que o alimentam com muitas chifradas doloridas.
Até
o momento, assim estamos. Se o animal ficar, as coisas só devem piorar. Saindo
o bicho, permanecemos em uma situação muito ruim. O ideal seria colocar no olho
da rua tanto o bode como seus protetores. Expulsar da casa seus piores
moradores.
Ou
podemos trocar de metáfora.
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