Doses maiores

15 de maio de 2019

Precisamos debater a China. E muito

Há um grande e desafiador enigma no horizonte histórico da humanidade. É o papel da gigantesca potência em que se transformou a China. Algumas informações de uma entrevista concedida por José Eustáquio Alves ao IHU-Online ajudam a entender o tamanho da encrenca.

Segundo o professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, a China é “o país que apresentou as maiores taxas de crescimento econômico, pelo maior período de tempo, na história mundial”.

O país cresceu cerca de 10% anuais durante 35 anos desde o final da década de 70. No último período, o ritmo diminuiu, mas ainda é quase três vezes superior ao dos Estados Unidos.

Alves diz ainda que os chineses estão prestes a assumir a liderança da 4ª Revolução Industrial. Isso depois de, em 40 anos, terem implantado as outras três revoluções que o Ocidente levou 250 anos para fazer.

Por outro lado, seria, no mínimo, precipitado considerar o caso chinês uma alternativa positiva ao atual sistema econômico mundial. As poderosas forças produtivas que alavancam seu espantoso crescimento reforçam as piores tendências e contradições do capitalismo.

Em especial, os novos e imensos impactos ecológicos que ameaçam a vida da grande maioria da humanidade. O país tem investido muito em energias renováveis, afirma o entrevistado. Mas mantém atividades que “elevam as emissões de CO2 de forma insustentável”.

Por isso, Alves alerta: um dos cenários para a aposta chinesa pode ser um colapso ambiental capaz de “tragar o Ocidente e o Oriente, resolvendo, pela via da aniquilação total, os conflitos Leste versus Oeste e Norte versus Sul”.

Grande, desafiador, assustador!

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