“Não
importa a cor do gato, desde que ele cace o rato”. Deng Xiaoping usava esta
frase para explicar o modelo que começou a implantar na China, em 1978.
Foi
a partir desse ano que o país passou a adotar mecanismos de mercado para tentar
responder às necessidades de sua imensa população. Até agora, a experiência tem
sido um sucesso. Mas um sucesso capitalista.
É
verdade que na economia chinesa ainda predomina a propriedade estatal dos
principais meios de produção. Mas, atualmente, a maioria dos empregos é gerada
no setor privado, também responsável pela maior parte do PIB.
O
monopólio do poder continua nas mãos do Partido Comunista Chinês. Mas desde
2002, está autorizada a entrada de capitalistas em suas fileiras.
Ou
seja, o tal gato de Deng tem patas, rabo, cabeça e bigodes capitalistas. De
comunista, apenas o nome com que foi batizado há muitas décadas. E a cor...
Difícil
acreditar, por exemplo, que a China se mantenha socialista, quando se tornou
responsável por sustentar, em nível global, um sistema econômico radicalmente
oposto a tudo que se possa entender por socialismo.
Mas
há os que nem se importem com isso. Para estes, a sociedade chinesa teria
colocado o capitalismo a serviço de seus objetivos. Se estes carregam o
vermelho do socialismo ou não, pouco interessa.
O
problema é que adotar esse modelo como referência exigiria uma pré-condição
para a qual poucos dos defensores do capitalismo de estado chinês parecem estar
preparados.
Trata-se
da realização de uma revolução social anticapitalista radical, envolvendo dezenas
de milhões de explorados. Em 1949, o felino que nasceu era um tigre.
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