Mubarak concordou em renunciar, pressionado por seus aliados. Entre eles, o marechal Mohamed Tantawi. Hoje, Tantawi preside o Conselho Militar que assumiu o poder no país. Vem conduzindo uma transição por cima.
Há 10 mil revolucionários jogados nas prisões. Cerca de 1.200 lutadores foram mortos pela repressão do regime durante as revoltas de rua. Apenas um policial foi julgado. Um grande protesto das famílias dos mortos saiu às ruas no mês passado. As forças policiais voltaram a reprimir.
O julgamento de Mubarak e de outros carrascos do regime vem sendo adiado. Estas e outras informações desanimadoras estão em reportagem de Robert Fisk para o The Independent, de 12/07. Nela, Fisk observa que:
A vantagem da revolução, ao que parece, foi que ela não teve nenhum líder, ninguém para ser preso. Mas a sua desvantagem, também, foi que ela não teve nenhum líder, ninguém que assumisse a responsabilidade pela revolução, assim que ela acabasse.Não é verdade que ninguém tenha sido preso ou que a revolução tenha acabado. Porém, realmente parece faltar uma direção organizada. Afinal, o regime cambaleia, mas continua em pé. O inimigo conta com toda a estrutura repressiva do Estado.
Processos revolucionários sem organizações revolucionárias são como movimentos grevistas sem organizações sindicais. Greves espontâneas podem até arrancar conquistas. Mas a luta permanente contra os patrões precisa de entidades atuantes e controladas pelos trabalhadores.
O destino da revolução egípcia não está definido. A população continua a resistir e a exigir o fim definitivo do regime. A vitória só tem alguma chance se a resistência assumir formas organizadas, com decisões aprovadas democraticamente e colocadas em prática unitariamente.
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