Doses maiores

23 de setembro de 2014

O sotaque inglês do monstro islâmico

     Latuff
Em 23/09, os Estados Unidos iniciaram ataques aéreos contra as tropas jihadistas do Estado Islâmico, na Síria.

A organização é responsável por atos terríveis. Entre eles, decapitações, pessoas enterradas vivas, mutilações de genitálias femininas e crucificações.

A ofensiva estadunidense seria uma tentativa de impedir que as ações terroristas desestabilizem ainda mais a região.

O problema é que o maior fator de violência e caos no Oriente Médio são as décadas de desastrosa intervenção americana.

O Estado Islâmico formou-se em reação à invasão iraquiana pelos Estados Unidos. Mas ao deslocar seus soldados para combater o ditador sírio, Bashar Al Assad, as coisas mudaram. Passou a contar com a simpatia americana e o dinheiro da Arábia Saudita, aliada dos ianques.

O que tornou famosos os jihadistas no mundo todo foi a degola de um jornalista americano divulgada em vídeo, em 19/08. Mas além da covardia da execução, também chamou a atenção o sotaque inglês do carrasco.

O fato não surpreende. O Estado Islâmico conta com milhares de combatentes vindos de várias partes do mundo. São mercenários bem pagos, que lutam movidos por seu fanatismo.

Há quem acredite que o próprio governo americano esteja por trás dos ataques jihadistas. Suas ações serviriam de pretexto para os estadunidenses intervirem militarmente na região.

Mas o mais provável é que seja outro caso de criatura que se volta contra o criador. Semelhante ao que aconteceu com Saddam Hussein e Bin Laden, por exemplo.

A aberração jihadista é uma espécie de filho bastardo do imperialismo ianque. O sotaque do monstro não deixa dúvidas quanto a sua paternidade.

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