O dado é da reportagem “Entrada
de estrangeiros pouco qualificados divide governo” de Camilla Costa, publicada
pela BBC Brasil, em 07/05. Ela diz que setores do governo brasileiro concordam quanto
a atrair “estrangeiros altamente qualificados” para o País, “mas divergem
quando se trata da mão de obra pouco qualificada”.
O problema é que refugiados,
em geral, não são “qualificados”. E de que qualificação se trata? Daquela que
serve ao mercado. Deve ser por isso que o secretário de Ações Estratégicas do
governo, Ricardo Paes de Barros, defende a criação de limites para a admissão
de estrangeiros. Mas não de todos. A coisa é diferente em relação a
estrangeiros “qualificados”: "Queremos que eles possam vir a qualquer
hora, carregá-los no colo", diz Barros.
Mas há gente no governo que admite
a importância dos menos qualificados. O presidente do Conare e secretário
nacional de Justiça, Paulo Abrão, afirma que cada vez mais empresários aproveitam
essa “mão de obra animada”. Essas pessoas “com muita disposição ao trabalho,
que querem contribuir para o desenvolvimento do país".
O fato é que estrangeiros são
bem vindos desde tenham serventia para a produção de mercadorias. Já estas, têm
total liberdade para circular, assim como os investimentos que as viabilizam. As
atitudes do governo não chegam a caracterizar o preconceito contra estrangeiros
conhecido como xenofobia. É só uma variação suave dela, adaptada aos interesses
do capital.
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