Mais importante
foi a demonstração de unidade e organização dos servidores públicos. É por isso
que o governo prepara sua ofensiva. “Governo prepara lei de greve para setor
público”, diz o título da reportagem de Fernando Exman, publicada pelo Valor, em
28/08. Não é bem assim. O objetivo maior é inviabilizar as paralisações do
funcionalismo.
É o que podemos
deduzir de notícia publicada no portal Terra no mesmo dia. A nota diz que a
ministra Ideli Salvati considerou que a onda de greves foi marcada por
"excessos e situações inadmissíveis para o bem-estar, a segurança da
população e a prestação do serviço público".
Ideli inverte
as coisas. O serviço público brasileiro realmente causa
"situações inadmissíveis” e comete "excessos" contra a população. Mas isso acontece todos os dias, há
décadas. E se não fossem as lutas dos servidores, a situação estaria bem pior. Foi
assim sob a ditadura e sob os governos Sarney, Collor, Itamar e FHC. Está sendo
assim sob os governos petistas.
As privatizações
diminuíram muito nos últimos anos. Já o ritmo de destruição dos serviços essenciais
permanece o mesmo. Prepara uma nova onda de entrega do setor para o mercado, disfarçada
na forma de parcerias. É para enfrentar esse projeto que o funcionalismo deve se
organizar. Nessa luta, a greve é o instrumento mais importante.