Em 28/10, os jornais divulgaram dados do Anuário
Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. As
estatísticas revelam o Brasil como o país que mais mata no mundo.
Entre 2011 e 2015, foram 278 mil ocorrências de homicídio
doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de
intervenção policial no Brasil. No mesmo período, foram 256 mil mortes
violentas na Síria, em guerra civil desde 2011.
Mas aqui também não passaríamos por um conflito interno
não oficializado? De um lado a polícia mais violenta do planeta. De outro, criminosos que, estranhamente, têm acesso a armamento pesado de uso exclusivo
das forças armadas.
Aqui, como na Síria, as maiores vítimas são inocentes, principalmente pretos e pobres. Mas, se tudo isso é verdade, onde estariam nossos
refugiados?
No encontro em que foram anunciados os terríveis números
de nossa “segurança pública”, Michel Temer anunciou mais verbas para o setor.
Destas, pelo menos, R$ 788 milhões para a construção de penitenciárias. Mais
prisões num país que está entre os que mais encarceram no mundo sem que isso tenha
levado a qualquer alívio importante na violência.
Possivelmente, são nesses cárceres que estão muitos de
nossos refugiados. Neles e nos bairros pobres, verdadeiros campos de
internação, com seus toques de recolher impostos por polícia, milícia ou
tráfico.
P.S.:
a pílula de ontem enxergou na atual situação brasileira fortes semelhanças com o
período da República de Weimar, na Alemanha dos anos 1920. Mas na comparação,
teria faltado um elemento importante: as trágicas consequências da Primeira
Guerra Mundial. Pelo que se viu acima, tal elemento já não falta mais.
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