Doses maiores

31 de outubro de 2018

A esquerda do “porque sim”

A busca pelas possíveis causas de nossa imensa derrota certamente terá que passar por entender a “psicologia das massas”.

Nessa direção, uma entrevista de Clarisse Gurgel para a Carta Capital, ainda em 2017, fornece pistas importantes.

Formada em Artes Cênicas e doutora em Ciência Política pela UERJ, Clarisse diz que um grande problema de nossa esquerda é a utilização da “ação performática” como “tática preferencial”.

E o que seria isso? Basicamente, diz ela:

... é você simular que está sendo espontâneo e atuar de forma efêmera, ou seja, sem continuidade. É priorizar eventos, como atos, marchas, passeatas, abraços a monumentos etc.

O problema, continua Clarisse, é que:

Quando a esquerda parte da ação da rua, ela está invertendo o processo. Ir para a rua é o ápice. A esquerda precisa recuperar a ação que fazia nos locais de trabalho, nas associações de moradores, nos núcleos partidários, nos movimentos sociais.

Além disso, a arena da ação performática seria aquela em que os conservadores mais se sentem à vontade. Encontram nela condições ideais para fazer valer o “significante mestre” de sua preferência.

Significante mestre, explica, é qualquer declaração que tenha o efeito de uma mãe dizer a uma criança: “é porque é”.

Por exemplo, a afirmação “não queremos que o Brasil se torne uma Venezuela” ganha caráter de grave ameaça devido à campanha da grande mídia contra o regime chavista.

Também temos nossos significantes mestres, nossas palavras de ordem. O problema é estarmos reduzidos a eles em um meio hostil a nossos valores. Dissemos muitos “porque sim” e grande parte da sociedade contestou: “porque sim não é resposta”.

30 de outubro de 2018

Atualizando a República de Weimar

Em agosto de 1919, na cidade de Weimar, foi aprovada a primeira constituição republicana da Alemanha. Nascia a República de Weimar.

Diante da confusão política e social causada pela derrota alemã na Primeira Guerra, o governo caiu no colo dos socialdemocratas.

Os trabalhadores alemães viviam uma enorme crise social causada pela derrota na guerra. Com parte da esquerda governando, a extrema direita ficou livre para explorar a situação.

Militantes socialistas eram perseguidos e mortos abertamente por milícias de direita. O governo ou se omitia ou dava ordens que eram ignoradas por aparelhos de repressão cheios de simpatizantes do fascismo.

Mas o maior erro das forças democráticas alemãs ficou inscrito na Constituição de Weimar. Seu artigo 48 dava ao presidente poderes ditatoriais para defender a “ordem pública”.

A medida foi adotada por receio de que as agitações revolucionárias que haviam sacudido o país no final da guerra se repetissem. Em 1923, surgiu nova onda de mobilizações sociais. O governo socialdemocrata utilizou o Artigo 48 para entregar o poder ao Exército.

Mas foi só um ensaio. O pior estava por vir. Em 1933, Adolph Hitler foi nomeado primeiro-ministro. O pretexto para que ele usasse o artigo 48 veio com um incêndio no parlamento alemão. Começava o reinado de terror nazista.

O dispositivo constitucional equivalente àquele em nossa Constituição é o Artigo 142. Ele afirma que as Forças Armadas “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.

Já tínhamos o Artigo 48. Agora, parece que já não falta mais nada.

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26 de outubro de 2018

Lutar. Sempre!

O relato abaixo é baseado na biografia de Marx, escrita por Francis Wheen.

Nos anos 1870, o jornal francês “L'Avenir Libéral” relatou que Marx havia morrido. Ele, então, leu seu próprio obituário no “New York World”. A nota dizia que havia falecido "um dos mais devotos, mais destemidos e mais altruístas defensores de todas as classes e povos oprimidos”.

Nada mal, deve ter pensado o precoce homenageado. Apesar disso, quando a morte realmente chegou, em 1883, apenas onze pessoas compareceram ao funeral.

Três anos antes, meados de 1880, Marx estava de férias no litoral de Ramsgate, Inglaterra. Também estava por lá um jovem jornalista americano. Era John Swinton, do diário “The Sun”, de Nova York, que logo se tornou amigo de Marx.

Em uma tarde, enquanto o patriarca do socialismo internacional brincava com seus netos à beira-mar, Swinton arriscou uma conversa mais séria. Ocorreu ao jornalista perguntar a Marx qual seria a razão final, aquilo que justificaria a existência de todos os seres.

“Fiz a pergunta na esperança de receber uma resposta que aquele sábio julgasse definitiva”, relatou o jornalista. Algo que pudesse figurar como um epitáfio que honrasse e resumisse o que foi a vida e a obra do grande revolucionário.

Olhando para as ondas arrebentando na praia e para o sol que já ia se pondo, em tom profundo e solene, Marx respondeu: "A luta!”

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25 de outubro de 2018

O que o inimigo nos tem a ensinar

O livro “O ódio como política”, organizado por Esther Solano, traz vários artigos interessantes sobre o momento político atual. O de Camila Rocha é “O boom das novas direitas brasileiras: financiamento ou militância?”.

Nele, a autora faz um histórico sobre a crescente influência de figuras como Olavo de Carvalho, sites como “Mídia Sem Máscara” e coletivos como Movimento Brasil Livre (MBL). A conclusão a que ela chega sobre o financiamento dessas forças políticas conservadoras é a seguinte.

...a suposta disponibilidade de fartos recursos materiais e organizacionais não explicam o sucesso das direitas na opinião pública e sua capacidade de mobilizar uma quantidade significativa de pessoas para protestar contra governos de esquerda. Muitos outros fatores devem ser levados em consideração e dizem respeito à percepção de ameaças e oportunidades por parte da militância, a consolidação de laços e identidades comuns, mobilização de afetos e uso de redes sociais, sendo que, em determinadas circunstâncias, tais fatores foram mais importantes do que a posse de recursos abundantes. Afinal, como explicar o sucesso de Jair Bolsonaro em reunir em torno de si mais de 20% das intenções de voto para as eleições presidenciais de 2018 a despeito de contar com recursos materiais e organizacionais pífios em comparação com outros concorrentes? Não siga o dinheiro, siga a militância.

A afirmação não deveria surpreender. A direita também é capaz de mobilizar e organizar pessoas em torno de valores e não apenas de estruturas. Nós é que andamos com dificuldades de fazer o mesmo.

Na história da luta de classes, não poucas vezes, quem nos deu as lições mais valiosas foram nossos inimigos.

Leia também: A disputa política não se resume a eleições

24 de outubro de 2018

A direita em seu chiqueiro de mentiras e intrigas

“Polarização nos EUA não é entre direita e esquerda, mas entre direita e o resto”, diz o título de entrevista publicada por Claudia Antunes no Globo, em 22/10/2018.

Quem afirma é Youchai Benkler, codiretor do Centro Berkman Klein para a Internet, da Universidade Harvard. Ele baseia suas conclusões em recente estudo que analisou 4 milhões de links compartilhados nas redes sociais estadunidenses. Segundo o levantamento, “notícias falsas são mais frequentes no ‘ecossistema midiático’ frequentado pelos mais conservadores”.

Já quanto à esquerda:

...como os usuários distribuem sua atenção de maneira mais ampla, e ocupam um ecossistema midiático que tem muita checagem de dados, as histórias falsas, seja qual for sua fonte, não sobrevivem nem se espalham com a mesma intensidade.

A “boa notícia”, diz ele, é que cerca de 65% da população estadunidense ainda deposita relativa confiança no jornalismo profissional. Ou seja, nos velhos monopólios da grande mídia.

A repórter pergunta se uma hipotética notícia do “New York Times” denunciando Trump por fraudes fiscais chegaria às pessoas da direita. Benkler responde que não:

Se elas chegarem a ver essa informação, ela virá filtrada pelos veículos nos quais confiam, que vão dizer que é uma mentira. Há entre um quarto e um terço da população para o qual uma reportagem do “New York Times” como essa não significa nada ou, na melhor das hipóteses, é uma prova de que a mídia tradicional está lá para pegar o Trump.

É a direita chafurdando toda feliz em seu chiqueiro de falsidades e maledicências. O problema é quando o chiqueiro começa a mandar no resto do mundo. Incluindo nosso triste latifúndio.

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Os zaps e tuítes e seus antepassados

23 de outubro de 2018

Aos que circulam em suas nuvenzinhas de inferno

No livro “As Benevolentes”, Jonathan Littell conta as memórias fictícias de um ex-comandante de um campo de concentração nazista. Cruel e cínico, ele diz coisas como:

Assim como, segundo Marx, o operário é alienado em relação ao produto de seu trabalho, no genocídio ou na guerra total sob sua forma moderna o executor é alienado em relação ao produto de sua ação.

Nas câmaras de gás, por exemplo:

O trabalhador que abre a torneira do gás, portanto aquele mais próximo do assassinato no tempo e no espaço, executa uma função técnica sob o controle de seus superiores. Os operários que esvaziam a câmara fazem um trabalho necessário de desinfecção...

(...)

O controlador de tráfego ferroviário, por exemplo, é culpado pela morte dos judeus desviados por ele para determinado campo? Ele orienta os trens segundo um plano, não é obrigado a saber quem está lá dentro.

Citando alguns nazistas condenados em Nuremberg:

Sem os Höss, os Eichmann, os Goglidze, os Vychinski, mas também sem os controladores de tráfego ferroviário, os fabricantes de cimento e os amanuenses dos ministérios, um Stalin ou um Hitler não passam de um odre estufado de ódio e terrores impotentes.

(...)

Nossos subúrbios tranquilos pululam de pedófilos e psicopatas, nossos albergues noturnos, de destrambelhados megalômanos. Mas os homens comuns de que o Estado é constituído – sobretudo em épocas instáveis –, eis o verdadeiro perigo...

(...)

Eckhart escreveu: Um anjo no Inferno voa na sua própria nuvenzinha de Paraíso. Sempre compreendi que o inverso também devia ser verdade, que um demônio no Paraíso voaria no seio da sua própria nuvenzinha de Inferno.

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Amarildo e a banalidade do mal

22 de outubro de 2018

Como mentiras e autoengano antecipam os piores crimes


“Eichmann em Jerusalém - Um relato sobre a banalidade do mal” é um livro de Hannah Arendt, de 1963. Descreve o julgamento de Adolf Eichmann, um funcionário da máquina de morte nazista que alegava estar apenas cumprindo ordens superiores.

Na obra, a filósofa alemã procura mostrar como a prática dos piores crimes contra a humanidade pode se tornar parte de um mecanismo burocrático. O genocídio como rotina administrativa.

Um trecho merece comentários pertinentes a nossos dias:

E a sociedade alemã de 80 milhões de pessoas se protegeu contra a realidade e os fatos exatamente da mesma maneira, com os mesmos autoengano, mentira e estupidez que agora se viam impregnados na mentalidade de Eichmann. Essas mentiras mudavam de ano para ano, e freqüentemente se contradiziam; além disso, não eram necessariamente as mesmas para todos os diversos níveis da hierarquia do Partido e para as pessoas em geral (...)

As mentiras que vêm circulando pelos meios digitais também não são as mesmas para “todos os níveis” sociais. Variam de bolha para bolha. Mas...

…a prática do autoengano tinha se tornado tão comum, quase um pré-requisito moral para a sobrevivência, que mesmo agora, dezoito anos depois do colapso do regime nazista, quando a maior parte do conteúdo específico de suas mentiras já foi esquecido, ainda é difícil às vezes não acreditar que a hipocrisia passou a ser parte integrante do caráter nacional alemão.

Trata-se de um estágio a que ainda não chegamos. Mas tudo indica que falta pouco.

Infelizmente, não há nada de muito novo sob o sol. Principalmente, quando o crespúsculo antecipa trevas ameaçadoras.

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19 de outubro de 2018

Vem aí o infocalipse. Ou não...

Infocalipse. Este conceito foi criado por Aviv Ovadya, membro do Centro de Responsabilidade para Mídias Sociais do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Em entrevista concedida à agência Pública, em 30/05/2018, ele explica o que seria o infocalipse:

Você pode pensar na ideia como se, à medida que a qualidade das informações num geral diminui, a inteligência de todos os membros da sociedade e de todas as diferentes organizações que a tornam funcional, no geral, diminui, e, se você vai muito fundo nisso, sua sociedade basicamente desmorona.

Mas, segundo Ovadya, só chegaríamos a esse ponto se coisas como a falsificação de áudios e vídeos se tornassem regra. Pode ser, mas as atuais eleições no Brasil parecem mostrar que, entre nós, falta pouco.

Por outro lado, mentiras e distorções grotescas não surgem e se espalham do nada. Elas precisam ter alguma base real. Uma delas é formada por valores comportamentais. Por exemplo, é preciso haver um elevado nível de homofobia numa sociedade para que uma notícia falsa sobre distribuição de kits gays nas escolas sejam assumidas como verdade.

Outro fator importante é o velho e eficiente controle sobre as narrativas históricas. É o caso da Ditadura Militar. Somente o enterro proposital de fatos inegáveis da vida nacional possibilita ao primeiro colocado nas pesquisas eleitorais afirmar que esse terrível período de nossa história fez bem ao País.

Nesse último caso, são vários os responsáveis: monopólios da grande mídia, instituições coalhadas de antigos membros do regime ditatorial e até a omissão de algumas de suas maiores vítimas.

Coisas assim indicam que, talvez, estejamos mais próximos do apocalipse tradicional, mesmo.

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18 de outubro de 2018

Duas máquinas de matar fascistas

"Esta máquina mata fascistas" dizia a frase que "Woody" Guthrie escreveu em seu violão. Conhecido como o trovador da época da Grande Depressão estadunidense, nos anos 1930, ele viajou com desempregados em busca de ocupação por vários estados norte-americanos.

Simpático ao partido comunista, nunca se integrou oficialmente à organização. Mas seu repúdio ao fascismo e às injustiças do capitalismo estava sempre presente em suas letras.

"Esta máquina mata fascistas" também é o título de uma bela obra em quadrinhos francesa. Nele, Jean Pierre Pécau e Senad Mavric contam a história de um tanque de guerra que trazia aquelas mesmas palavras escritas em sua torre de canhão.

Era o JS-2 (Joseph Stálin 2), equipamento soviético que se tornou lendário por sua resistência e poder destrutivo. A HQ imagina a participação do tanque em vários conflitos, desde o combate aos nazistas até a invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos, passando pela defesa das revoluções cubana e angolana.

Perguntado porque escrevera “fascistas” ao invés de “alemães” em seu tanque, o personagem responsável pela inscrição respondeu: “Porque nem todos os alemães são fascistas. E porque há muito mais fascistas que alemães”.

A máquina de Guthrie é muito menos letal que a do exército soviético. Mas, talvez, seja historicamente mais eficiente e necessária. O JS-2 dos quadrinhos é usado na repressão à Revolução Húngara, por exemplo. E serve como barricada na entrada da caverna onde se escondia Bin Laden.

Nem sempre foi empregado para defender o melhor lado, portanto. Era um tanque de guerra, afinal. Diferente do violão, sua utilização, mesmo contra fascistas, ainda assim é uma vitória do fascismo.

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17 de outubro de 2018

1964: Juscelino negocia com os golpistas

Era 7 de abril. Alguns dias depois do golpe de 1964. Na casa do deputado Joaquim Ramos, encontraram-se os líderes do Partido Social Democrático: Juscelino Kubitschek, Amaral Peixoto, José Maria Alkmin e Negrão de Lima. Vinham para uma reunião com Castelo Branco, chefe dos golpistas.

Castelo se apresenta como candidato à presidência da república nas eleições indiretas que se realizariam no Congresso Nacional, poucos dias depois. Ele queria o apoio dos presentes. Em troca se comprometia a respeitar a Constituição permitindo que ocorressem as eleições diretas para presidente, marcadas para outubro de 1965.

Saiu da conversa com o apoio garantido, inclusive aceitando como vice um homem de confiança de Juscelino, José Maria Alkmin. Para fazer valer o acordo, o Congresso aprovou nada menos que sete reformas constitucionais em apenas quatro dias. Todas restringindo direitos e liberdades

Em 11 de abril, o Congresso elegeu Castelo Branco presidente para terminar o mandato de Jânio Quadros. Foram 261 votos, incluídos 36 da bancada do PTB, o partido de João Goulart. O voto mais aclamado foi o do senador Juscelino Kubitschek, favorito para as eleições do ano seguinte. Apenas 72 deputados se abstiveram “por motivo de consciência”.

Uma das primeiras providências de Castelo Branco como presidente foi cassar os direitos políticos de Juscelino Kubitschek. As eleições diretas de 1965 nunca aconteceram. Foram adiadas por longos e tenebrosos vinte anos.

O relato acima é de Jorge Caldeira em seu livro “História da riqueza no Brasil”, lançado recentemente. Mostra bem o que acontece quando se negocia com golpistas.

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11 de outubro de 2018

Ganhando eleições, perdendo hegemonia


Segundo matéria do Jornal GGN, a Universidade Federal de Minas Gerais criou o projeto “Eleições Sem Fake”. Fabrício Benevenuto, seu criador, garante:

Monitoramos 272 grupos que debatem política, 37 deles só de Bolsonaro. Somos um sistema enviesado porque há mais grupos de apoiadores dele do que de outros candidatos.

A reportagem revela que:

Todos os grupos acompanhados servem para produzir respostas às notícias publicadas pela imprensa. Por exemplo, depois que, com base em documentos do Ministério das Relações Exteriores, a Folha de S. Paulo noticiou que uma das emulheres de Bolsonaro relatou ter sido ameaçada por ele em 2011, todos os grupos divulgaram um vídeo em que a Ana Cristina Valle “desmente” a informação.

Trata-se de um tipo de comunicação subterrânea, mas capilarizada. Subcutânea, mas vascularizada. Micro, mas molecular.

Enquanto isso, passávamos horas em reuniões cansativas e realizadas em horários adequados apenas para profissionais da militância. Enquanto isso, mal conseguíamos avançar na luta pela democratização da grande mídia. Criávamos bolhas tão confortáveis quanto autocentradas. Ocupávamos gabinetes e nos ocupávamos de teses acadêmicas.

Mas quisera fosse só isso. Desprezamos e abandonamos quase todas as lideranças dos explorados. As de bairros, as religiosas e as populares em geral. Ficaram aos cuidados dos conservadores.

Valores conservadores retiram sua força de séculos de dominação brutal. Valores progressistas enfrentam uma poderosa corrente contrária. Sua defesa exige determinação, imaginação e a paciência que não temos.

Estávamos ocupados ganhando eleições e sendo derrotados na disputa de hegemonia. Perdemos feio batalhas fundamentais. Tornou-se quase impossível vencer a atual fase da guerra. Agora, é aprender com nossos erros e nos preparar para a próxima.