Pawel Kaczynsku |
Hoje,
vemos claramente que nem os partidos revolucionários, nem os sindicalizados
chegaram a ganhar algo. Não. Quando há medidas que vão contra o trabalho, o
mais eficaz não é a ação dos sindicatos, mas, sim, a dos movimentos autônomos
como os indignados (...) ou os coletes amarelos.
Outra afirmação
controversa diz respeito à recente onda de ascenso da extrema-direita:
Para
mim, o maior fenômeno não é o de uma extrema direita que retorne após ter
permanecido escondida. Não. O essencial é como a direita tradicional foi para
os extremos. Na medida em que a esquerda implementa a mesma política econômica
e social que a direita, a direita teve que buscar uma figura específica para
existir. É por isso que a direita precisa se radicalizar e apelar para toda uma
série de instintos e paixões que há 30 anos não necessitava. Antes, a direita
se apresentava como uma força de centro, meio liberal, meio modernista. Agora,
isso acabou. Para existir no parlamento, devem se radicalizar. Por isso, não
penso que a extrema direita seja uma expressão das classes populares. Essa é a
análise oficial. O auge da extrema direita se deve à radicalização da direita.
Desconfio da ideia acerca de um suposto enraizamento popular da extrema
direita.
Conclusões como esta incomodam
porque se recusam a jogar toda a culpa no “eleitorado” ou no inimigo e chamam a
esquerda a se responsabilizar por seus próprios erros. Principalmente, a
esquerda que ocupa ou ocupou governos.