Em
primeiro lugar, pretende dizer que a utilização de bens de consumo pelas
comunidades tribais desmentiria sua condição indígena. Santilli responde,
dizendo que “os demais brasileiros, a começar pelos patrocinadores da pesquisa,
têm interesse por bens importados e nem por isso deixam de ser brasileiros”.
Mas
o objetivo principal da CNA é mostrar que os indígenas têm terras demais.
Segundo o levantamento da entidade, 520 mil indígenas aldeados vivem em 113
milhões de hectares. O problema, diz Santilli, é que “98,5% dessa área estão na
Amazônia, onde vivem 60% dos indígenas do país. Os outros 40% dispõem de apenas
1,5% de todas as terras, em geral em áreas exíguas”. Ao mesmo tempo, diz o
artigo, o IBGE mostra que:
...os
67 mil maiores proprietários possuem 195 milhões de hectares, 72% a mais que os
índios. Além disso, as terras indígenas preservam 98% da sua vegetação nativa e
prestam serviços ambientais a toda sociedade.
Os
maiores prejudicados, afirma Santilli, são os 45 mil Guarani-Kaiowá. Eles
teriam direito a 95 mil hectares, mas suas terras continuam ocupadas por
fazendeiros. Os Guarani-Kaiowá estiveram nas manchetes recentemente. Muitos
deles cometeram suicídios diante dessa situação toda. E esta é a vontade de
muitos fazendeiros: terra para indígenas, só a que cair sobre seus corpos sem
vida.
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